domingo, 28 de abril de 2019

Aumento da repressão à população pobre e trabalhadora como necessidade do capital em crise: programa do governo Bolsonaro.

Cem Flores

Jair Bolsonaro sempre se caracterizou pela apologia da violência do opressor contra o oprimido, pela apologia da violência de Estado. Pela defesa da violência de Estado, em todas as suas formas (ditadura militar, assassinatos, torturas, agressões), seja mediante o aparelho repressor formal (Forças Armadas e polícias), seja pelo uso de sua “força auxiliar”, semiclandestina (esquadrões da morte, pistoleiros, milícias). 

Nada a estranhar, portanto, quando a campanha eleitoral do ano passado resultou em recorde de violência, incluindo assassinatos, como o do mestre capoeirista Moa do Katendê. No governo, Bolsonaro busca concretizar seu programa, por meio do decreto legalizando e estimulando a posse de armas, em especial no campo; com o projeto “anticrime” do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na verdade, uma licença para matar para policiais; com o reforço do aparato repressivo contra manifestações populares; e com as reiteradas demonstrações de apoio à crescente e cada vez mais letal ação repressiva do Estado, inclusive a recente negação dos fatos– no caso do assassinato, pelo Exército Brasileiro, aos risos, do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Moraes

A base material na qual essa apologia da repressão se baseia – e que garante popularidade aos seus defensores (Bolsonaro e família, Wilson Witzel,governador do Rio de Janeiro, bancada da bala nos legislativos federal e estaduais, etc.) junto às classes dominantes a às camadas médias – é a extrema violência da sociedade brasileira e o medo dessas classes de que essa violência extrapole as favelas e periferias, chegue aos seus bairros elegantes e atinja os seus. Mas isso já aconteceu faz tempo... Daí o apoio entusiasmado dessas classes ao aumento da repressão, legal e ilegal, comprovado cotidianamente através de incontáveis exemplos.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

25 de abril em Portugal: O Futuro Era Agora

Há 45 anos atrás, nessa data, um golpe militar derrubava o governo fascista em Portugal iniciando os 580 dias (de 25 de abril de 1974 a 25 de novembro de 1975) que ficaram conhecidos como Processo Revolucionário Em Curso (PREC).
O estudo desse período, muito comentado porém pouco conhecido entre nós, nos dá importantes lições para a análise da luta de classes, no Brasil e no mundo. Lições que nos permitem ver a gigantesca força de transformação das massas quando se levantam para efetivamente transformar a triste realidade em que estão inseridas; que nos auxiliam a compreender a necessidade de construirmos os instrumentos que garantam essas transformações, sem esperar dos outros a solução dos nossos problemas; lições que nos deixam claro, como dizia Marx, que a libertação da classe operária tem de ser obra da própria classe operária.
Para aprofundar nosso conhecimento dessa magnífica passagem da luta dos povos em todo o mundo, indicamos a leitura do livro O Futuro Era Agora que pode ser baixado aqui. A disponibilização dessa obra pela Edições Dinossauro é mais um importante trabalho de divulgação teórica realizado pelo Marxists Internet Archive (MIA) em português e pode ser também acessado aqui.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Francisco Martins Rodrigues. Presente!

Hoje, 22 de abril, completam-se 11 anos da morte de Francisco Martins Rodrigues. Suas ideias e seu exemplo de vida e militância seguem vivos entre nós, nos ajudando a encontrar o caminho da retomada da posição independente do proletariado na luta de classes, a retomada de uma verdadeira Política Operária.
A força e a atualidade da contribuição teórica e prática do Chico e de seus camaradas portugueses segue vigente. Como exemplo disso, e para aqueles que desejam um maior conhecimento de sua posição política, destacamos: 
O Cem Flores tem reproduzido uma série de materiais do FMR, importantes contribuições ao debate que travamos na tarefa de reconstruir uma posição proletária no Brasil. Reproduzimos também uma resenha ao seu livro Anti-Dimitrov: 1935/1985 meio século de derrotas da revolução e que pode ser acessada aqui. Possibilita ao leitor conhecer um pouco mais da vida e da luta política empreendida por Francisco Rodrigues.
Como afirmamos há um ano, nessa mesma data, para nós, do Cem Flores, sem ser uma frase vazia, é absolutamente real afirmar que Francisco está presente! Vive entre nós por sua teoria e sua prática.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Aumentar a informalidade para aumentar a exploração do trabalho: a reforma trabalhista e sindical de Bolsonaro

Cem Flores

No final do ano passado, já eleito presidente, Bolsonaro lançou sua máxima para o mercado de trabalho brasileiro: “No que for possível, sei que está engessado o artigo sétimo [da Constituição], mas tem que se aproximar da informalidade... Ser patrão no Brasil é um tormento”. Além do coice (mais uma tentativa de retirada de conquistas trabalhistas), o insulto (quem tem pena de patrão?). Não poderia ficar mais claro o caráter de classe de Bolsonaro, seu governo e seus aliados, contra os quais a classe operária e todos os trabalhadores devem lutar sem trégua. 

Mais recentemente esta meta foi renovada em sua visita ao Chile: “Eu tenho dito que na questão trabalhista nós devemos beirar a informalidade porque a nossa mão de obra talvez seja uma das mais caras do mundo”. Ou seja, no Brasil o trabalho – mesmo após a enorme reforma trabalhista de Temer, em 2017 (sobre a qual escrevemos aquiaquiaqui) – necessitaria de ainda mais desregulamentação e ausência de fiscalização, mais flexibilidade de contratos e mais restrições à atuação sindical... Melhores condições, em suma, para o patrão esfolar o trabalhador como bem entender. Mais poder ao código penal da fábrica, como diria Marx, e menos Brasília, como diria Bolsonaro. Diminuindo, assim, o “horror” (sic!) que é ser patrão no Brasil.

domingo, 14 de abril de 2019

A Terceira Internacional e seu lugar na história (1919) – Lenin.

100 Anos da Terceira Internacional Comunista

Para comemorar o centenário da Terceira Internacional Comunista, o Cem Flores traduziu para português o texto A Terceira Internacional e seu lugar na história, escrito por Lenin em abril de 1919.

Um gigantesco passo na organização internacional do proletariado foi dado com a criação da Internacional Comunista. Naquela época, o proletariado, com seus Partidos Comunistas, derrubava a burguesia em várias nações e se impunha como classe dominante para então construir as primeiras experiências de uma nova sociedade, que superasse o julgo da exploração. Uma terra sem amos, como já dizia o hino da Primeira Internacional. 

Esperamos que esse sintético texto de Lenin possa ajudar os camaradas a compreender e rememorar esse grande fato histórico para os trabalhadores de todo o mundo. Ao mesmo tempo, possam também se aferrar no exemplo daquele momento, pois a missão da Terceira Internacional Comunista ainda se faz atual e cada vez mais urgente: vencer o capital e toda a abominação que este produz cotidianamente.

Ou, nas palavras de Lenin após a Revolução de Outubro e a inauguração da III Internacional: 

A humanidade se livra da última forma de escravidão: a escravidão capitalista, ou seja, a escravidão assalariada.
Ao libertar-se da escravidão, a humanidade adquire pela primeira vez a verdadeira liberdade”.