Reproduzimos
abaixo comunicado
do Partido Comunista da Grécia (KKE) sobre os acordos estabelecidos entre o
governo grego e a troika (Banco Central Europeu, FMI e União Europeia). Nosso
objetivo com essa publicação é aprofundar a compreensão dos fatos nesse país,
buscando analisa-los a partir de uma perspectiva de classe, marxista.
A
análise da crise na Grécia (e no Brasil também), como desdobramento da crise do
imperialismo, do ponto de vista do marxismo, nos possibilita compreender a
impossibilidade de soluções paliativas, burguesas, de conciliação, que atendam
aos interesses da burguesia e do proletariado ao mesmo tempo, a exemplo do que
defendem (e sempre defenderam) o SYRIZA por lá e o PT por aqui (com o apoio
aqui e lá dos reformistas iludidos de sempre).
Para
o povo, a “solução” à crise que a burguesia indica é ampliar a exploração e a
dominação a que estão submetidos, aumentando a miséria e a fome de milhões para
atender a imperiosa necessidade do capital em tentar retomar a taxa de lucro
mesmo que a custa da barbárie.
Porém,
a conjuntura atual nos mostra ainda que a única alternativa possível à crise e
a tudo o que ela representa no aprofundamento da exploração e da dominação
capitalista em todo o mundo, é a revolução. É essa a tarefa urgente! Construir
as condições para, com a revolução, barrar a barbárie que a crise do imperialismo
impõe aos povos de todo o mundo.
Comunicado
do CC do KKE acerca do novo acordo-memorando.
1. O KKE conclama os trabalhadores,
empregados, as camadas populares pobres, os pensionistas, desempregados e
jovens a dizerem um real e inflexível grande NÃO ao acordo-memorando, o qual
foi assinado pela coligação governamental SYRIZA-ANEL com a UE-BCE-FMI e a
combater contra as medidas selvagens nele incluídas nas ruas e nos locais de
trabalho. Estas medidas serão acrescentadas às medidas bárbaras do memorando
anterior. Devem organizar o seu contra-ataque para que o povo não seja conduzido à bancarrota
completa. Que fortaleçam o movimento operário, a aliança do povo, de modo a que
possam abrir caminho para o povo ser libertado de uma vez para sempre do poder
do capital e das uniões imperialistas que estão a levar-nos para uma barbárie
cada vez maior.
Nem um dia, nem uma hora devem ser
desperdiçados. Agora, sem tardança, a atividade do povo deve ser intensificada
dentro de lugares de trabalho, fábricas, hospitais, serviços, bairros,
sindicatos, por comités populares e comités de solidariedade social e
assistência. O acordo levará a uma nova redução significativa do rendimento do
povo e ao esmagamento dos direitos populares. Ele legitima e dá sinal verde a demissões,
à expansão do trabalho não pago, ao férias compulsórias e outras medidas
anti-trabalhadores, as quais têm sido adotadas pelo grande patronato no período
recente, aproveitando as restrições sobre transações bancárias.