O capitalismo brasileiro vive mais uma
séria crise econômica. Essa crise, que ainda não chegou nem na sua metade, já é
a mais grave em quase um quarto de século, desde o mal fadado governo Collor.
Após se arrastar por alguns anos, a crise do capital no Brasil se tornou aberta
com a recessão iniciada em 2014, que se agravou tremendamente neste ano e vai
permanecer, pelo menos, até o próximo ano.
Numa crise capitalista, a burguesia se
vê impossibilitada de seguir adiante com as mesmas condições anteriores de
produção, ou seja, não consegue mais realizar sua taxa de lucro esperada. Para buscar contrarrestar essa queda nos
seus lucros, a burguesia luta para aumentar de todos os modos a exploração
sobre a classe operária e demais classes dominadas. Com o fundamental
auxílio do Estado burguês (qualquer que seja o governo de plantão), a ofensiva
da burguesia na luta de classes em períodos de crise se dá sob a forma de demissões
em massa, cortes de salários, revisão de conquistas trabalhistas e outros
diversos tipos de precarização do trabalho, além de ameaças e chantagens cotidianas.
Com isso, a burguesia busca, por um lado, repor, de imediato, sua taxa de
lucro, com a redução dos seus gastos com a força de trabalho. Por outro lado (e
não menos importante), a burguesia busca fazer retroceder a posição da classe
operária na luta de classes de forma mais perene, mediante o aumento do
exército industrial de reserva, o rebaixamento dos salários e das condições de
vida das massas trabalhadoras.
Não é diferente o que está acontecendo
no Brasil neste ano. Isso pode ser comprovado, primeiramente, pela evolução da
taxa de desemprego, que é uma das dimensões do impacto da crise econômica sobre
a classe operária e o conjunto dos trabalhadores[i].
O gráfico abaixo traz as duas medidas “oficiais” de desemprego no país, ambas calculadas
pelo IBGE[ii].