Em homenagem à data de nascimento de Karl Marx, reproduzimos abaixo o artigo que publicamos ano passado, nos 200 anos do seu nascimento.
Em memória de um dirigente revolucionário do proletariado!
Era, assim, o homem de ciência. Mas isto não era sequer metade do homem. A ciência era para Marx uma força historicamente motora, uma força revolucionária. Por mais pura alegria que ele pudesse ter com uma nova descoberta, em qualquer ciência teórica, cuja aplicação prática talvez ainda não se pudesse encarar — sentia uma alegria totalmente diferente quando se tratava de uma descoberta que de pronto intervinha revolucionariamente na indústria, no desenvolvimento histórico em geral. […]
Pois, Marx era, antes do mais, revolucionário. Cooperar, desta ou daquela maneira, no derrubamento da sociedade capitalista e das instituições de Estado por ela criadas, cooperar na libertação do proletariado moderno, a quem ele, pela primeira vez, tinha dado a consciência da sua própria situação e das suas necessidades, a consciência das condições da sua emancipação — esta era a sua real vocação de vida. A luta era o seu elemento. E lutou com uma paixão, uma tenacidade, um êxito, como poucos.
Engels, Discurso diante do túmulo de Karl Marx, 17 de março de 1883.
Há exatos 200 anos, na região da Renânia, em Trier, nascia o filho de um casal judeu convertido ao cristianismo. Karl Heinrich Marx, seu nome completo, com apenas 23 anos se tornara doutor em filosofia. Mas não seria como um prestigiado professor universitário, imerso no ambiente intelectual da época, que Marx entraria para os anais da história. Pelo contrário, fora rompendo radicalmente com sua geração, com sua classe, com a ideologia e teorias dominantes, e engajando-se ao nascente movimento operário que ele “fez história”. Ou seja, o legado de Marx é sobretudo o legado de um comunista.