sexta-feira, 19 de abril de 2019

Aumentar a informalidade para aumentar a exploração do trabalho: a reforma trabalhista e sindical de Bolsonaro

Cem Flores

No final do ano passado, já eleito presidente, Bolsonaro lançou sua máxima para o mercado de trabalho brasileiro: “No que for possível, sei que está engessado o artigo sétimo [da Constituição], mas tem que se aproximar da informalidade... Ser patrão no Brasil é um tormento”. Além do coice (mais uma tentativa de retirada de conquistas trabalhistas), o insulto (quem tem pena de patrão?). Não poderia ficar mais claro o caráter de classe de Bolsonaro, seu governo e seus aliados, contra os quais a classe operária e todos os trabalhadores devem lutar sem trégua. 

Mais recentemente esta meta foi renovada em sua visita ao Chile: “Eu tenho dito que na questão trabalhista nós devemos beirar a informalidade porque a nossa mão de obra talvez seja uma das mais caras do mundo”. Ou seja, no Brasil o trabalho – mesmo após a enorme reforma trabalhista de Temer, em 2017 (sobre a qual escrevemos aquiaquiaqui) – necessitaria de ainda mais desregulamentação e ausência de fiscalização, mais flexibilidade de contratos e mais restrições à atuação sindical... Melhores condições, em suma, para o patrão esfolar o trabalhador como bem entender. Mais poder ao código penal da fábrica, como diria Marx, e menos Brasília, como diria Bolsonaro. Diminuindo, assim, o “horror” (sic!) que é ser patrão no Brasil.

Nenhum comentário: