Daniel Pereira
05.05.2013
O texto que proponho para discussão com os camaradas e os
leitores deste blog, é o discurso do responsável pelas relações internacionais
do Partido Comunista da Grécia (KKE), que apresenta, a meu ver, aspectos
fundamentais da luta dos comunistas: a começar pela própria necessidade do
Partido Comunista, de sua linha revolucionária, para alcançar nosso objetivo de
derrubar o capitalismo e construir o socialismo; partido que se construa
fundamentalmente entre as massas exploradas, em suas lutas, e especialmente
entre os operários e camponeses, nos seus locais de trabalho; partido que se
construa no combate contra todas as formas de reformismo e oportunismo; partido
que proclame a necessidade de um movimento comunista internacional
revolucionário e levante bem alto a bandeira do internacionalismo proletário.
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Internacionalismo proletário que é aspecto imprescindível da
luta comunista. Ele é a compreensão fundamental de que todos os operários,
todos os trabalhadores, todas as classes exploradas do mundo inteiro são nossos
companheiros e partilham a mesma luta contra o capitalismo e pelo socialismo.
Internacionalismo proletário que é a vacina contra todo nacionalismo burguês,
como os dos slogans denunciados pelo
KKE: “tornar grande o nosso país”, “tornar nossa economia nacional mais
competitiva”, “recuperar a soberania
do país”. Como estamos acostumados a ver variações dessas frases nas bocas
da nossa “esquerda” e dos sindicatos pelegos... Internacionalismo proletário
que constitui o compromisso comunista de, onde quer que se esteja, apoiar as
lutas da classe operária, divulgá-las, denunciar a exploração e a repressão
capitalistas.
Esse compromisso comunista tem levado o blog Cem Flores a
denunciar a invasão imperialista na Líbia (http://cemflores.blogspot.com.br/2011/03/agressao-libia-expressa-o-agravamento.html), assim como agora acontece na Síria
atacada por Israel, a denunciar o aumento da exploração capitalista na Grécia (http://cemflores.blogspot.com.br/2012/04/carta-de-um-suicidio.html), a nos solidarizarmos com a luta em
Gaza (http://cemflores.blogspot.com.br/2012/11/blog-post.html) e a nos juntarmos à demanda pela
libertação dos presos políticos do imperialismo espanhol (http://cemflores.blogspot.com.br/2013/02/liberdade-para-telmo-e-miguel.html).
Nas condições concretas da luta de classes na “profunda crise capitalista” na Grécia, o
KKE reforça o combate ao oportunismo e ao reformismo. Não apenas denuncia o
papel da autodenominada “esquerda radical” (alcunha ridícula do ramo dito
“esquerdista” da socialdemocracia grega, incorporada com gosto pela imprensa
burguesa), o Syriza, de se propor a gerir a crise, tentando um branqueamento do
capitalismo (http://cemflores.blogspot.com.br/2011/12/voces-trabalhadores-nenhuma-maquina.html), como também rechaça compor um
governo de “esquerda” (sic!), denuncia as ilusões parlamentares e recusa
políticas de alianças amplas, a “unidade das esquerdas”, e aos compromissos e
limites que elas implicam.
Da mesma forma, o KKE denuncia não apenas o papel dos
aparelhos internacionais de estado do imperialismo, da Troika (FMI, Banco
Central Europeu e Comissão Europeia), como também aponta a necessidade de
ruptura da Grécia com todas as instâncias do capital, a Zona do Euro, a União
Europeia e a Otan. Ruptura que só pode se dar com a derrubada do capitalismo.
E esse é o ponto central da estratégia revolucionária do KKE:
a derrubada do capitalismo, a revolução socialista e o poder operário. A partir
disso, sua proposta de atuação prioritária entre os operários e camponeses
pobres e a criação de uma Aliança Popular incluindo também as camadas médias
urbanas e rurais empobrecidas, visando sua transformação em Frente Operária
Popular Revolucionária.
Por fim, cabe ressaltar que o discurso transcrito abaixo
ocorreu pouco antes do Congresso do Partido, o que permitiu ao seu dirigente
ressaltar a importância da democracia e da discussão partidárias, e, a meu ver,
também da teoria. Teoria revolucionária, o marxismo, que é a ferramenta para
realizar a unidade das classes dominadas, dirigidas pelo proletariado e seu
partido, na luta de classes contra as classes dominantes. Teoria revolucionária
aplicada à situação concreta, sem a qual não há a prática revolucionária, sem a
qual não há revolução.
Não me proponho, e nem teria condições para isso, fazer uma
análise da conjuntura da Grécia e assim avaliar a estratégia revolucionária do
KKE, assim como sobre suas Teses e seu Programa. Em alguns aspectos haverá,
certamente, discordâncias e, também, divergências entre as características da
revolução na Grécia e no Brasil. Não obstante, estou convencido que não só o texto
é relevante para a discussão aberta entre os camaradas e os leitores do blog,
como também que a luta dos trabalhadores, das classes dominadas e do Partido
Comunista gregos, assim como de toda a Europa e no mundo inteiro, devem contar
com nosso apoio militante.
“Nós, os comunistas, não ocultamos nossos propósitos”, diz o KKE,
ecoando o vibrante último parágrafo do Manifesto do Partido Comunista, de Marx
e Engels:
“Os
comunistas se recusam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam
abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta
de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à ideia de
uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder a não ser os
seus grilhões. Têm um mundo a ganhar”.
“PROLETÁRIOS
DE TODOS OS PAÍSES, UNÍ-VOS!”[1]
* * *
Partido Comunista de
Grecia - Discurso del KKE en el acto internacionalista del partido
Comunistas-Izquierda Popular-Partido Comunista de Italia
Contra el oportunismo, por el socialismo, para construir el
Partido Comunista
Elisseos Vagenas,
Miembro del CC
Responsable de la
Sección de Relaciones Internacionales del CC del KKE
Estimados amigos y camaradas:
De parte del Comité
Central, de los miembros y cuadros del KKE, reciban un cálido saludo militante
internacionalista.
La próxima semana
empieza en Atenas el 19º Congreso del KKE. Los comunistas de Grecia han
participado durante los últimos cuatro meses en un intenso proceso interno del
partido, discutiendo las Tesis del Comité Central, el proyecto de Programa y de
Estatutos del KKE. Al mismo tiempo, han sido capaces de combinar esta discusión
con su actividad de vanguardia en las luchas de la clase obrera, del
campesinado pobre, que han estallado en el mismo período, lo cual demuestra las
profundas raíces del KKE con los sectores obreros y populares de Grecia.
El 19º Congreso está
llamado a examinar la actividad del partido, a estudiar más en profundo el
fortalecimiento ideológico, político y organizativo del partido de la clase
obrera. De un partido que durante un siglo ha dejado sus huellas en las luchas,
en el desarrollo de la lucha de clases, y desde este punto de vista el congreso
del KKE no concierne solamente a los comunistas de Grecia sino a todos los
trabajadores de nuestro país.
Amigos y camaradas:
En Grecia de la
profunda crisis capitalista, la burguesía busca reformar el escenario político.
Sus elementos básicos son la recomposición del terreno socialdemócrata, donde
el partido que desempeña el papel principal tiene en sus filas a ex comunistas
y caracteriza a sí mismo como “izquierda radical”, así como en el terreno de la
derecha con la creación de nuevos partidos políticos, entre ellos el Amanecer
Dorado fascista.
Un componente de esta
reforma es el ataque contra el KKE a través del cual están tratando ejercer
presión oportunista a nuestro partido para que renuncie a su estrategia
revolucionaria, o reducir la fuerza electoral del KKE para debilitar su voz e
intervención política. Por esto, en las últimas elecciones la propuesta de que
participáramos en un “gobierno de Izquierdas” se utilizó como una
“herramienta”. El KKE rechazó esta propuesta pagando un “precio” significativo
por la reducción de su influencia electoral. Sin embargo, este rechazo impidió
nuestro partido a cometer un error histórico, es decir apoyar la gestión del
capitalismo y de su crisis. Hoy día, pocos meses después de las elecciones en
Grecia, los acontecimientos en Chipre son muy instructivos para el pueblo
griego también y muestran que dentro de la Unión Europea, en el marco del
capitalismo, independientemente de las intenciones que pueda tener una
formación gubernamental “izquierda”, no se puede llevar a cabo una gestión a
favor del pueblo. El capitalismo tiene leyes que los trabajadores no las deben
ignorar.
El KKE presenta a los
trabajadores su propia propuesta política detallada sobre cómo debería ser la
sociedad hoy, cómo debería funcionar la economía. Nosotros, los comunistas, no
ocultamos nuestros propósitos, no nos interesa engañar a los trabajadores para
ganar algunos votos. El KKE desde hace años ha descartado las ilusiones
parlamentarias. No consideramos que el derrocamiento de la barbarie capitalista
pueda ocurrir a través de las elecciones parlamentarias; sin embargo, esto no
significa que subestimamos esta forma de lucha.
Lo que decimos a los
trabajadores griegos es que existen las condiciones objetivas para organizar su
vida, la vida de nuestro país sobre bases diferentes. ¿Cuáles son estas bases?
La socialización de los medios de producción, la planificación central de la
economía, el control obrero y popular. Sólo este sistema, el socialismo, puede
satisfacer las necesidades populares actuales. Es mentira lo que dicen los
partidos de que puede haber un sistema donde por un lado se mantienen los
beneficios capitalistas y por otro lado las “personas” son más importantes que
estos, que supuestamente están “por delante de los beneficios”.
Es cierto que la Grecia
de poder obrero no es compatible con la participación en la zona euro, en las
uniones imperialistas del capital en general, como son la UE y la OTAN. Sin
embargo, nuestro partido desde 1996, en su 15º Congreso, descartó a las
llamadas “etapas intermedias” en el camino hacia el socialismo. En primer
lugar, nunca y en ningún sitio no se ha demostrado correcta la estrategia de
las “etapas intermedias”, y, aparte de esto, consideramos que una Grecia
capitalista incluso si estuviese fuera de algunas organizaciones del capital,
continuaría teniendo dependencias múltiples mientras que en el país se
mantendría el sistema capitalista y objetivamente participaría en las
relaciones de interdependencia desigual que existen en el sistema imperialista
mundial. Por lo tanto, planteamos la cuestión de la retirada de nuestro país de
las organizaciones imperialistas de manera integrada, subrayando que sólo el
poder obrero puede garantizar esta retirada.
El KKE, desde el
momento que ha fijado como meta el derrocamiento del capitalismo, ha elaborado
una política de alianzas correspondiente. La política de alianzas del partido
objetivamente debe subordinarse al objetivo estratégico del partido. Desde hace
años hemos rechazado la llamada “unidad de la izquierda”, con fuerzas del
oportunismo que caracterizan en sí como “izquierda”, “radicales” etc., porque
estos conceptos actualmente han perdido su contenido. Ahora, aparecen incluso
izquierdistas secretarios generales de la OTAN. Por lo tanto, declaramos la
necesidad de formar una Alianza Popular que se puede construir por fuerzas
sociales que tienen interés en derrocar el capitalismo, entrar en conflicto con
los monopolios y con las organizaciones imperialistas. Tales fuerzas son la
clase obrera, los semiproletarios, las capas medias pobres urbanas y rurales.
Esta alianza luchará
por todos los problemas populares, agrupará y educará a las masas obreras y
populares en la lucha y en el conflicto con los empleadores, los gobiernos
burgueses, las organizaciones imperialistas y demostrará la necesidad y la
posibilidad de una nueva sociedad. En condiciones de una situación
revolucionaria, la Alianza Popular se convertirá en el Frente Obrero Popular
Revolucionario para el derrocamiento de la dictadura de la burguesía y el
establecimiento del poder obrero revolucionario.
Estimados amigos y
camaradas:
En cuanto a los
acontecimientos es de importancia significativa no sólo la existencia de un
partido comunista sino el desarrollo de una línea revolucionaria. El frente
contra las posiciones oportunistas y reformistas, que se desarrollará en el
movimiento obrero y popular. La construcción de organizaciones fuertes del
partido, en primer lugar, en los centros de trabajo, en los sectores de
importancia significativa en todos los países. Se requiere el conflicto
ideológico y político contra las construcciones ideológicas burguesas que
presentan la UE y el capitalismo como el “fin de la Historia”, contra las
fuerzas oportunistas que proclaman la “democratización”, la “humanización del
capitalismo y la “puesta en marcha” de un supuesto… “socialismo democrático”,
“del siglo 21”. Se necesita un trabajo paciente con las capas medias que aunque
se destruyen por la crisis capitalista, expresan una impaciencia
pequeñoburguesa exigiendo “soluciones” ahora mismo pero siempre en el marco del
capitalismo, teniendo ilusiones acerca de una gestión centro-izquierda a favor
del pueblo, que en muchas ocasiones ha conducido a la agudización de los
problemas populares. Los comunistas, las fuerzas populares, los sindicatos, las
organizaciones de masas deben confrontar decisivamente las monstruosidades
fascistas, rechazando, al mismo tiempo, la lógica de los “frentes
antifascistas”, que proponen los socialdemócratas y los oportunistas para
atrapar a los comunistas, blanquear sus responsabilidades con respecto al
fortalecimiento de tales fuerzas que son un producto del capitalismo y la punta
de lanza de la burguesía contra el movimiento comunista y obrero.
Amigos y camaradas:
En las condiciones
actuales el reagrupamiento del movimiento comunista internacional en base
revolucionaria es de importancia esencial ya que sigue siendo en condiciones de
crisis ideológica, política y organizativa. Los oportunistas, que en Europa han
formado su propio “centro”, el llamado “Partido de la Izquierda Europea”,
ejercen presión en sus filas.
El KKE considera que se
debe fortalecer la lucha contra el oportunismo, a nivel nacional, europeo e
internacional, como una condición necesaria para el reagrupamiento del
movimiento comunista. Partiendo de esta evaluación, el KKE apoya no sólo los
encuentros internacionales y regionales de los partidos comunistas, sino además
la idea del surgimiento de un “polo comunista” por partidos comunistas que
siguen siendo fieles al marxismo-leninismo, el internacionalismo proletario,
defienden el socialismo que conocimos, estudian los desarrollos actuales y
tratan de elaborar una estrategia revolucionaria común, reconociendo la
actualidad y la necesidad de la construcción socialista.
Camaradas:
Los planes de las clases
burguesas incluyen la fragmentación de los trabajadores por sector, por color
de piel, por religión, por nacionalidad, en trabajadores de los países del
“sur” pobre y del llamado “norte” rico, en trabajadores de los países
“desarrollados” y “en desarrollo” etc. Su objetivo es “dividir y reinar” por un
lado y por otro “reclutar” a los trabajadores bajo una “bandera ajena” o para
“hacer grande a nuestro país” o “para hacer nuestra economía nacional más
competitiva”, “para recuperar la soberanía del país” etc. Pero nosotros sabemos
que en estos tiempos, en la época de la transición del capitalismo al
socialismo, inaugurada por la Gran Revolución Socialista de Octubre, el
patriotismo contemporáneo se identifica con el derrocamiento del poder burgués,
de la propiedad capitalista en los medios de producción, con la retirada de
nuestro país de cada camino capitalista y cada coalición capitalista
interestatal y alianza imperialista.
En nuestras manos
tenemos un “arma” valiosa, que no la debemos entregar nunca y que puede
obstaculizar los planes de división de la clase obrera. ¡Esta arma es el
internacionalismo proletario!
La consigna
“¡Proletarios de todos los países, uníos!” es hoy más fuerte que nunca. Y
consideramos particularmente importante que este mensaje del internacionalismo
proletario se puede difundir a Italia gracias al esfuerzo que han iniciado los
camaradas del Partido Comunista de Italia-Comunistas-Izquierda Popular para la
construcción de un Partido Comunista con estrategia revolucionaria, tratando de
erradicar el trabajo sucio y de zapa del eurocomunismo y del oportunismo
contemporáneo.
Camaradas, les
aseguramos que en este camino difícil y exigente el KKE estará a su lado.
[1] MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. (1848). Manifesto
Comunista. São Paulo: Boitempo, novembro de 2007, pg. 69.
Um comentário:
Excelente saber da iniciativa dos companheiros gregos! Que belo exemplo do KKE ao apontar para a utopia socialista como solução da crise. Que sua voz ecoe longamente, alcançando todo o planeta e a nossa pobre e sofrida América Latina.
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