“Se em seus conflitos diários com o capital cedessem covardemente
ficariam os operários, por certo, desclassificados para empreender outros
movimentos de maior envergadura.” (Marx)[1]
“Cada
greve lembra aos capitalistas que os verdadeiros donos não são eles, e sim os
operários, que proclamam seus direitos com força crescente. Cada greve lembra
aos operários que sua situação não é desesperada e que não estão sós. Vejam que
enorme influência exerce uma greve tanto sobre os grevistas como sobre os
operários das fábricas vizinhas ou próximas, ou das fábricas do mesmo ramo
industrial.” (Lênin)[2]
O
fato político mais importante deste início do ano foi, sem dúvida, a greve de
11 dias consecutivos (6 a 16 de janeiro) dos operários da Volkswagen (Anchieta)
de São Bernardo do Campo. A última greve realizada na Volks-Anchieta aconteceu
em setembro de 2006, assim como hoje, contra a demissão, à época, de 3.600
trabalhadores.
A
unanimidade das correntes políticas sindicais consideraram a greve como uma
vitória. Podemos, realmente, falar em vitória da greve? O que significa, para a
classe operária, a vitória em uma greve? Melhor dizendo, quais os sentidos da
greve para a luta operária? Uma resposta a estas
questões deve assumir, do nosso ponto de vista, a perspectiva da classe
operária, situar-se da posição dos operários na conjuntura da luta de classes.