domingo, 31 de março de 2019

Cinquenta e cinco anos do golpe militar: resistimos e resistiremos.

Na luta é que a gente se encontra!

Não pretendo nada,
nem flores, louvores,
triunfos.
Nada de nada.
Somente um protesto,
uma brecha no muro,
e fazer ecoar,
com voz surda que seja
e sem outro valor,
o que se esconde no peito,
no fundo da alma
de milhões de sufocados.
Algo por onde possa filtrar o pensamento,
a ideia que puseram no cárcere. 
Carlos Marighella, O país de uma nota só

Nesse dia 31 de março completam-se cinquenta e cinco anos do golpe militar que ocorreu em nosso país no ano de 1964. Golpe de Estado que, como dissemos em outra publicação, foi “promovido e financiado pelo fundamental da burguesia brasileira, com amplos estímulo da sua imprensa, apoio da classe média conservadora e suporte do imperialismo dos EUA”. 

Notas sobre a linha sindical – Francisco Martins Rodrigues

O texto que abaixo reproduzimos, de Francisco Martins Rodrigues, foi publicado originalmente no site português que reúne sua produção teórica. Escrito em 1988, como notas para um debate interno na organização a que pertencia, o autor indica uma linha teórica e prática de atuação aos comunistas na frente sindical, com importantes lições que seguem extremamente atuais.
Esse texto se soma a outras publicações do Cem Flores, tais como O movimento sindical na crise do capitalismo brasileiro e a A legalização da classe operária de Bernard Edelman, materiais que buscam estimular e avançar o debate sobre o necessário desenvolvimento de uma posição proletária no seio do movimento sindical e operário brasileiro.
Acesse no link abaixo a publicação.

Chega de intermediários. Donald Trump para presidente do Brasil!

Logo após o golpe militar de 1964, a frase “Chega de intermediários. Lincoln Gordon para presidente” sintetizava o apoio explícito dos EUA ao golpe e o caráter subserviente da ditadura que se instaurava no Brasil por 21 anos. Lincoln Gordon era então o embaixador dos EUA no Brasil. E o Brasil parecia mesmo o quintal dos EUA.
A recente viagem de Bolsonaro aos EUA deixou claro que essa subserviência explícita, característica da classe dominante brasileira, segue viva. 


sexta-feira, 22 de março de 2019

TOMAR AS RUAS CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA! A LUTA APENAS COMEÇOU!

Nesse dia 22 de março de 2019, os trabalhadores e suas organizações saíram às ruas em dezenas de cidades dizendo um firme “NÃO” à reforma da previdência e tudo o que esta significa. Nem mesmo o imobilismo, as negociatas e a velha enrolação do peleguismo conseguiram frear o dia de nacional de mobilização, que se tornou, pela força das bases, algo mais: um dia de luta! Fechando assim, com chave de ouro, uma fatídica semana para a burguesia.
De fato, diante do tamanho e da ousadia do ataque da burguesia, são necessárias manifestações e paralisações ainda maiores e em cada canto de nosso país. Afinal, como dissemos em nosso texto sobre a reforma da previdência, as ruas e os locais de trabalho e moradia são as arenas decisivas em mais esse lance da luta de classes. Mas, se depender da garra e coragem dos que hoje defenderam sua dignidade contra a casta improdutiva no poder, estamos apenas no começo dessa luta! 
Junto às manifestações de rua, que ocorreram durante todo o dia, tivemos ainda categorias que cruzaram os braços e uma forte campanha nas redes sociais – dando continuidade à insatisfação popular contra a proposta de reforma piorada do governo de Bolsonaro, que já se via de maneira latente no cotidiano há várias semanas. Insatisfação que tem tudo para continuar e se aprofundar.

domingo, 17 de março de 2019

O governo Bolsonaro e a ofensiva reacionária na educação

Cem Flores
A busca por realizar uma reforma reacionária do sistema educacional brasileiro é um dos aspectos centrais do governo Bolsonaro e de parte importante de seus aliados políticos e sua base eleitoral, composta pelas camadas médias, líderes religiosos (especialmente os neopentecostais), militares e militantes e parlamentares da extrema-direita. 
Ao contrário da análise superficial – baseadas nas patéticas ações dos seus principais proponentes no governo: o Ministro da Educação (sic!), a Ministra da Mulher, da Família e dos Diretos Humanos (sic!), os filhos de Bolsonaro e o próprio Presidente – não se trata (apenas) de uma pauta diversionista, de “costumes”, ou da ação meramente pessoal de ministros “ideológicos” ou olavetes. 
O combate ao sistema escolar brasileiro é importante palavra de ordem bolsonarista. Esse combate esteve e está presente em diversas manifestações de campanha (por exemplo, a ridícula denúncia (sic!) de Bolsonaro do sistema escolar como divulgador de um fictício “kit gay”), nas disputas pós-eleitorais pela indicação do futuro Ministro da Educação (com o veto da bancada evangélica), na euforia da ignorância no começo do governo (Eduardo Bolsonaro afirmando que não será preciso mais estudar “feminismo”), nas ameaças de censura (Bolsonaro quer analisar previamente as questões do Enem), nos projetos de lei (como o da Escola sem Partido) e, nas últimas duas semanas, na ferrenha e errática disputa sobre quem de fato comanda o MEC, disputa que envolve os principais setores da base eleitoral do governo atual: olavetes – agora divididos entre o Ministro e os seguidores demitidos/mantidos de Olavo de Carvalho; militares; evangélicos; além de “técnicos”.

sexta-feira, 8 de março de 2019

O 8 de Março Ainda é o Dia da Mulher? de Ana Barradas

Nos últimos anos é explícito o ascenso da luta das mulheres. No Brasil e no mundo assumem um papel de vanguarda nas grandes manifestações populares, no combate ao fascismo e na defesa das bandeiras do nosso povo. Crescem assim as posições feministas revolucionárias e, no mesmo processo, as reformistas, oportunistas e pequeno-burguesas. Debater hoje o conteúdo e o sentido do crescimento da luta das mulheres é central para a retomada da luta de classes do ponto de vista do proletariado. Pode ser a centelha que vai incendiar a pradaria.

O 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, data que tem como origem a luta das mulheres operárias em vários países, também sofre a influência dessas posições em disputa. Com o objetivo de intervir nesse debate, reproduziremos dois artigos de Ana Barradas, militante comunista portuguesa, cujo tema é essa data: O 8 de Março Ainda é o Dia da Mulher? e Ainda o 8 de Março. Os dois textos, publicados em abril e maio de 2017 no site Bandeira Vermelha, apontam a luta da mulher de uma perspectiva revolucionária e crítica ao feminismo pequeno-burguês. Publicamos hoje o primeiro desses dois artigos.

Como a autora afirma na conclusão desse primeiro texto que apresentamos:“O feminismo coloca assim toda a sociedade numa encruzilhada em que só se podem seguir duas direcções: a da revolução social que permita socializar esse trabalho feminino gratuito – reprodução da espécie e reposição quotidiana da força de trabalho – que sustenta a existência da humanidade; ou o caminho da perpetuação da discriminação das mulheres, em que a violência e a pobreza coexistem com gastos desmedidos em armamento, a ostentação e enriquecimento imoral dos poderosos, a miséria imparável dos oprimidos e a depredação do planeta.”

Acesse aqui a publicação completa.