sexta-feira, 24 de novembro de 2017

1917: O “golpe dos bolcheviques”


Há dez anos atrás a organização comunista Política Operária, de Portugal, publicava em seu jornal o artigo abaixo reproduzido, de autoria de Francisco Martins Rodrigues. Como segue plenamente atual, tanto nos relatos dos acontecimentos da Revolução de Outubro como na crítica àqueles que tentam deturpar os fatos de um dos mais importantes acontecimentos da história, principalmente do ponto de vista da classe operária e dos povos de todo o mundo, oferecemos aos camaradas e leitores do Cem Flores a íntegra do texto como parte da comemoração dos 100 anos da revolução bolchevique.
Acesse a postagem aqui.

domingo, 12 de novembro de 2017

Uma contribuição à luta dos comunistas na Catalunha.

O site Bandeira Vermelha publicou em 06/11/2017 três artigos debatendo a luta pela independência da Catalunha: Fetiches e superstiçons no process catalám – Reflexons para o debate, de Carlos Morais, Sem socialismo não há independência para o povo!, de Ana Barradas e A fraude da Catalunha, de António Barata. Os três artigos dão excelentes contribuições para a compreensão sobre a luta na Catalunha, buscando analisar os fatos de uma perspectiva proletária, marxista.

Estimulados por esse debate queremos dar uma pequena contribuição à essa discussão. E pensamos fazê-lo a partir de duas perguntas:
1- É justa, do ponto de vista do proletariado, a participação dos comunistas na luta pela independência da Catalunha?
2- Sendo justa, como deve ser essa participação?

Acesse a postagem completa aqui.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Outubro e nós (Parte I)

Neste período de comemorações dos cem anos da revolução de outubro trazemos, do recente número 25 da revista “O Comuneiro”, a primeira parte de um artigo intitulado “Outubro e nós” do camarada Ângelo Novo.
A publicação pode ser acessada nesse link: http://cemflores.org/index.php/2017/11/05/outubro-e-nos-parte-i/

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A Autoeuropa e a crise do sindicalismo - António Barata

O site Bandeira Vermelha publicou no último dia 26/10 artigo do camarada Antonio Barata intitulado A Autoeuropa e a crise do sindicalismo.

O artigo mostra, a partir da rejeição dos trabalhadores portugueses dessa montadora alemã ao acordo estabelecido entre a administração da empresa e a comissão de trabalhadores, a gritaria generalizada dos porta-vozes da classe dominante (inclusive daqueles no seio do movimento operário) à resistência operária que repudiou as decisões de seus “representantes” (na verdade representantes dos inimigos).

Acesse no link abaixo o artigo no site cemflores.org

http://cemflores.org/index.php/2017/10/30/a-autoeuropa-e-a-crise-do-sindicalismo-antonio-barata/

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Novo site do Cem Flores

Clique na foto para acessar o site cemflores.org
Apresentamos aos camaradas e amigos o novo site do Cem Flores. O antigo blog é agora o site cemflores.org Para acessa-lo clique aqui.


O objetivo que nos move é o mesmo. Contribuir para retomar a organização da classe operária no Brasil, o seu verdadeiro e independente instrumento de combate, a sua ferramenta de luta contra a exploração e a dominação capitalista. Contribuir para reconstruir o partido comunista proletário e revolucionário, o partido da classe operária, no Brasil.

Para isso, temos claro que é necessário retomar o marxismo, a partir do estágio mais elevado a que chegou em seu desenvolvimento, e colocá-lo em prática, aplicá-lo concretamente,  desenvolvendo-o na luta de classes hoje.

A crise que se abateu sobre o marxismo têm seus efeitos na crise que atinge o movimento operário. Mas a retomada da luta da classe operária hoje, na resistência à ofensiva das classes dominantes na crise do imperialismo, pode ser a oportunidade para que os comunistas e o proletariado retomem a capacidade de organização, compreensão e ação a partir de seu ponto de vista na luta de classes.

Já indicamos em nosso documento de apresentação (Por que razão discutir a crise do marxismo?) um caminho ainda inicial e geral para tentar superar essa crise:

"Trabalhar, para retomar a teoria revolucionária como instrumento para a construção da revolução, do socialismo e do comunismo. Perceber a imensa revolução teórica representada pelo Marxismo. Não se trata mais, como diz Marx, de interpretar o mundo de diversas maneiras, mas de transformá-lo. Tomar a teoria como arma do proletariado na luta de classe, arma que possibilita a ele e demais classes dominadas a ter uma prática revolucionária, elaborar a linha justa na luta de classes.

E em outro texto afirmamos o que consideramos as tarefas centrais fundamentais para a reconstrução do partido do proletariado:

"– Retomar o marxismo-leninismo no nível de desenvolvimento em que ele se encontra hoje;
– Reconstruir o Partido Revolucionário, unidade indissolúvel da teoria e da prática marxistas;
– Aprofundar nossas ligações com as massas dentro do princípio de que só as massas dirigidas pela classe operária e seu partido, armado da teoria revolucionária, podem fazer a revolução."

Nos 150 anos da publicação do Livro 1 de O Capital, o maior míssil já disparado contra a burguesia e o capitalismo, nos 100 anos da Revolução Russa, comprovação histórica da possibilidade da classe operária conquistar o poder, derrotar seus inimigos e avançar rumo ao socialismo, nossas tarefas são as mesmas, já que nossos inimigos são os mesmos: dedicar todos os nossos esforços para retomar a teoria revolucionária, a teoria do proletariado, e colocá-la no posto de comando de nossa prática.

É essa a intenção desse site. Contribuir para o debate dessa questão. Resgatar e levantar a bandeira vermelha da revolução proletária.

Para isso, como dizia Marx há 150 anos:

"Todo julgamento da crítica científica será bem vindo. Quanto ao preconceito da assim chamada opinião pública, à qual nunca fiz concessões, tomo por divisa o lema do grande florentino: Segui Il tuo corso, e lascia dir le genti. (Marx, 1983, Editora Abril, prefácio à primeira edição de O Capital)."

________
Obs. Todas as postagens do blog Cem Flores foram transferidas para o site cemflores.org.

Para contato: cemflores@cemflores.org

domingo, 15 de outubro de 2017

O "bombardeio" ao trabalho continua no Brasil


Ocupação em São Bernardo do Campo, São Paulo
. Iniciada em 1º de setembro de 2017, a ocupação reúne hoje cerca de 7 mil famílias.
      Eu preciso também de um lugar para morar, né? Que não seja para mim, porque eu não sei o dia de amanhã, mas que seja para os meus filhos que estão aí crescendo, dois adolescentes, para deixar alguma coisa, para eles não ter que passarem a mesma história que eu passei. [...] Às vezes, eu falo assim e a história passa na cabeça. Porque eu lembro dos meus filhos, lembro da minha mãe também passando muita humilhação, onde ela vinha dividir um ovo para a gente comer e enganar o estômago... Aí eu olhei e falei "não, não tem condições de ficar assim", quando eu perdi o serviço ficou mais difícil ainda. Eu tentei entrar em programa social aqui em São Bernardo do Campo, mas eu não consegui.
Joana Darc Nunes, desempregada, membro da ocupação de São Bernardo do Campo de 2017[1]

"Os empregos não param de crescer", diz Temer (02/10/17)[2]. "O mercado de trabalho mostra recuperação", confirma Meirelles (19/07/17)[3]. Na TV e nos jornais, a tentativa desesperada do governo de tentar mostrar que as coisas enfim estão se ajustando para a população. E, com isso, buscar esconder ou mesmo justificar seu governo numa República de corruptos e ladrões. Enquanto isso, a bolsa de valores bate seu recorde histórico, superando enfim a marca de 2008, com farta entrada de capital estrangeiro. A confiança empresarial retoma patamares do início da recessão aberta, entre 2014 e 2015[4]. Afinal de contas, as reformas fundamentais para o capital estão mais ou menos se encaminhando... e "o objetivo (desse governo) é ajudar as empresas a saírem da crise e superar os processos judiciais", como entregou Meirelles (14/07/17)[5].

Esse é o discurso que diariamente o operário se vê forçado a ouvir, a ideologia dominante forçando-o a assumir como sua, mesmo que o seu cotidiano, no trabalho (para os que não estão nos 13 milhões de desempregados!), em casa (para os que a tem, ver epígrafe), ou na rua (buscando se proteger ao mesmo tempo da polícia e do crime organizado), mostre o quanto as coisas continuam a vagar pelo fundo do poço; o quanto a defesa dos “produtores de emprego e renda” (sic!) está deteriorando sua vida.

Nesse contexto contraditório, aparentemente esquizofrênico, precisamos olhar mais a fundo e de forma mais sistemática o que os últimos dados do mercado de trabalho têm a nos dizer. Mais especificamente, como a classe operária tem sido afetada através de mudanças na venda e no uso de sua força de trabalho e na sua reprodução nesse momento da crise. Notaremos que a expressão usada no texto A rápida deterioração das condições de reprodução da classe operária e demais classes trabalhadoras no Brasil[6], "bombardeio à força de trabalho", continua pertinente mesmo depois de um ano.

Do otimismo à realidade

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Construir um novo movimento comunista

Temos claro que o principal problema do caminho revolucionário no Brasil passa pela reconstrução do Partido do Proletariado, o instrumento independente de luta da classe operária e do povo na  revolução.

A defensiva na luta da classe operária hoje é, em grande medida, resultado do fato de que há anos ela luta com a posição do inimigo no posto de comando, ela luta, em sua quase totalidade, sob a direção de organizações com posições burguesas (revisionistas, reformistas ou esquerdistas). Sua luta é sempre dirigida no sentido de tentar dar uma solução ao capitalismo putrefato em sua fase imperialista, e não em superá-lo revolucionariamente.

A crise que se abateu sobre o marxismo há vários anos, uma das razões que nos levaram a construir esse blog, só será superada pela retomada teórica e prática da posição proletária na luta de classes.

No documento de apresentação de nosso blog - Por que razão discutir a crise do Marxismo? (http://cemflores.blogspot.com.br/p/por-que-razao-discutir-crise-do.html) já apontávamos essa questão, conforme demonstram os trechos abaixo:

"A crise do movimento comunista não pode ser somente o resultado dos erros cometidos pelos partidos comunistas em sua prática na luta de classes, resultado de uma conjuntura, nem da ação dos inimigos de sempre e, que desde sempre, se uniram contra ele na luta de classes”

"O movimento comunista não foi derrotado por seus inimigos de sempre. Fomos derrotados ao não sermos capazes de desenvolver a teoria de forma a iluminar de maneira justa nossa prática revolucionária.”

"A crise do Marxismo é uma crise teórica e prática e a luta de classes nos coloca a urgência de superá-la.”

domingo, 1 de outubro de 2017

Vem aí o fascismo? por Francisco Martins Rodrigues

Manifestação Unite the Right em Charlottesville (EUA), agosto de 2017.
Os que assim pensam, entendem o fascismo como um novo movimento, uma terceira força justaposta ao capitalismo e ao socialismo (e que os domina). Para quem partilha esta opinião, não só o movimento socialista, mas também o capitalismo teriam podido, se não fosse o fascismo, continuar a existir, etc. Naturalmente que se trata de uma afirmação fascista, de uma capitulação perante o fascismo. O fascismo é uma fase histórica na qual o capitalismo entrou; por consequência, algo de novo e ao mesmo tempo de velho. Nos países fascistas, a existência do capitalismo assume a forma do fascismo, e não é possível combater o fascismo senão enquanto capitalismo, senão enquanto forma mais nua, mais cínica, mais opressora e mais mentirosa do capitalismo.
Brecht, Cinco dificuldades para escrever a verdade

Em longa intervenção no início de 2014, defendemos que a crise do imperialismo “globaliza” o acirramento da luta de classes. Após quase 4 anos, não temos condições de modificar tal posicionamento geral, tendo em vista as dificuldades estruturais do sistema imperialista retomar as taxas de lucro e acumulação, de um lado, e da classe operária e seus aliados em avançar na superação dessa fase superior do capitalismo, de outro.

Gostaríamos, sim, de trazer à debate um aspecto da conjuntura de crise que pouco desenvolvemos na ocasião, mas que tem sido importante objeto de reflexão dos comunistas e militantes, quer seja o processo de “fascistização” do capitalismo atual. Na ocasião, dissemos:

Do ponto de vista do proletariado e das demais classes dominadas, a análise concreta dos fatos da presente conjuntura aponta para tendência de agravamento da crise geral (econômica, social, política, ideológica, etc.) do imperialismo. Nesse cenário, a burguesia, seus governos e aparelhos internacionais manterão a ofensiva em todas as frentes (econômica, ideológica, repressiva) para aumentar a exploração e piorar as condições de vida do proletariado e das demais classes dominadas. Para isso, as classes dominantes recorrerão, como já estão recorrendo, à repressão crescente. Repressão às lutas e às formas de organização do proletariado e das massas, mediante reforço do seu aparelho repressivo e tendência à fascistização.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O referendo na Catalunha e a autodeterminação dos povos.

Com a aproximação do referendo sobre a independência da Catalunha, marcado para 1° de outubro pelo governo local (“Generialitat”), assiste-se a uma escalada repressiva coordenada pela Espanha contra a luta do povo catalão.

Considerando o referendo “ilegal”, as autoridades espanholas e seus “aliados”, inclusive de “esquerda”, agindo como verdadeiros representantes dos capitais espanhóis que são, têm utilizado de seu gigantesco aparato midiático e repressivo para sufocar a vontade da maioria popular e sua massiva mobilização. Diariamente, “comentaristas” falam da ilegalidade, da intransigência e da irracionalidade da luta pela independência; autoridades espanholas ampliam o tom das ameaças que, de fato, tem se concretizado. O Tribunal Constitucional espanhol tem acatado os pedidos do governo de Mariano Rajoy para tentar impedir o avanço do processo de independência. Na manhã de 20 de setembro de 2017, vários membros do governo catalão foram presos pela polícia espanhola, que também ocupou vários órgãos da Generialitat e locais pró-independência, atropelando a limitada autonomia política da região. Segundo o site Público, de Portugal, a polícia espanhola também apreendeu quase dez milhões de boletins de voto para o referendo, além de estar censurando ostensivamente a propagando do evento. E são esses senhores que pedem cinicamente por “diálogo”!

O aumento da repressão tem sido respondido com manifestações na região e demonstrações de solidariedade à luta por autodeterminação dos catalães ao redor do mundo. Se impedem as urnas, o povo irá às ruas! Dezenas de milhares tomaram as ruas de Barcelona e de várias outras cidades da Catalunha essa semana e prometem não sair delas. Uma greve geral já está convocada para o dia 03 de outubro. Essa mobilização contagia e amplifica a luta dos outros povos dominados pela Espanha, como demonstram as recentes manifestações na Galiza, no País Basco etc.

O risco dessa mobilização popular confrontar-se mais forte e diretamente com os desígnios do imperialismo já é objeto de temor das burguesias da região europeia. As lutas de libertação nacional nos países dominados pelo imperialismo pode, em determinadas situações concretas, impulsionar fortemente a luta pelo socialismo nesses países e em outros. Só é possível libertar-se do verdadeiramente da dominação imperialista sabendo unir a luta pela libertação nacional com a luta pelo revolução proletária.

Buscando contribuir com a disputa política e ideológica no movimento e se solidarizar com o mesmo, divulgamos a Carta aos comunistas espanhóis e do mundo respeito aos acontecimentos na Catalunha, do Primeira Linha (Galiza), logo abaixo, e a tradução para o português do texto de Lenin A revolução socialista e o direito das nações à autodeterminação, também divulgado no sítio dos camaradas galegos, que pode ser acessado em pdf aqui.

É dever dos comunistas apoiar a luta ao povo catalão, galego, basco e de outros povos dominados contra a opressão espanhola!

*  *   *

Carta aos comunistas espanhóis e do mundo respeito aos acontecimentos na Catalunha

Primeira Linha

“O proletariado das naçons opressoras nom pode limitar-se a pronunciar frases gerais, esterotipadas, contra as anexaçons e pola igualdade de direitos das naçons em geral, frases que qualquer burguês pacifista repete. O proletariado nom pode silenciar o problema, particularmente “desagradável” para a burguesia imperialista, relativo às fronteiras de um Estado baseado na opressom nacional. O proletariado nom pode deixar de luitar contra a manutençom pola força das naçons oprimidas dentro das fronteiras de um Estado determinado, e isso equivale justamente a luitar polo direito à autodeterminaçom.

Deve exigir a liberdade de separaçom política das colónias e naçons que a “sua” naçom oprime. Em caso contrário, o internacionalismo do proletariado será vazio e de palavra; nem a confiança, nem a solidariedade de classe entre os operários da naçom oprimida e opressora seriam possíveis; ficaria sem desmascarar a hipocrisia dos defensores reformistas e kauskianos da autodeterminaçom, quem nada dim das naçons que a “sua própria” naçom oprime e retém pola força no “seu próprio” Estado.”
(Lenine)

domingo, 3 de setembro de 2017

A Crise do Imperialismo nos Dez Anos do Crash de 2007.

Os Retirantes - Portinari.
Na Idade Média, a continuidade da monarquia – seja na França, na Inglaterra, ou qualquer outro reinado – era saudada com a paradoxal frase: “O rei está morto! Vida longa ao rei!”.

De uma certa forma, podemos nos arriscar a dizer que esse (pseudo-)paradoxo também vale para as crises do capitalismo.

De início não faltam áulicos do capital para negar a realidade da crise. Alguns mesmo chegam a praticamente negar a própria possibilidade das mesmas. A partir do momento no qual a violência da crise do capital a torna inegável, no entanto, os bem pagos espadachins mercenários passam a, imediatamente, buscar qualquer pequeno sinal para dizer que a mesma já acabou. O capital parece estar sempre a dizer: “A crise morreu! Vida longa ao capitalismo!”.

Analisar as contradições do capitalismo do ponto de vista científico, utilizando-se do marxismo-leninismo, e – o que é seu necessário corolário – fazê-lo do ponto de vista do proletariado revolucionário, resulta, no entanto, em conclusões absolutamente distintas, diametralmente opostas.

As contradições do capitalismo levam inexoravelmente a crises. Toda a história do capitalismo, do seu surgimento à atual fase imperialista, comprova repetidamente essa verdade teórica e empírica. O “desenvolvimento” capitalista – a concorrência entre os capitais pela sua acumulação em escala crescente visando o lucro máximo – mina a própria base sobre a qual este se ergue, a exploração do trabalho assalariado.

Essas contradições, nos ensinaram Marx e Engles, levavam a recorrentes crises do capitalismo, cuja regularidade os faziam esperar por crises praticamente decenais. A virada para a etapa monopolista do capitalismo se inicia com a primeira Grande Depressão, no último quartel do século XIX. O novo século é inaugurado com a Primeira Guerra Imperialista, à qual se segue uma nova Grande Depressão, nos anos 1930. Sua saída só ocorre com a inimaginável queima de capitais causada pela Segunda Grande Guerra Imperialista (1939-1945). Após o período de reconstrução dos países destruídos pela guerra e de consolidação dos novos capitais, o imperialismo passou a sofrer, a partir de meados dos anos 1970, crises sequenciais que, de tão recorrentes e seguidas, são “praticamente uma crise sem fim” (Engels, ver aqui e aqui). Em 2007, inaugurou-se uma nova Depressão capitalista, a terceira de sua fase imperialista.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Anti-Dimitrov de Francisco Martins Rodrigues.

Informamos aos camaradas e leitores do blog Cem Flores que temos, para a venda, alguns exemplares do livro Anti-Dimitrov 1935/1985 - meio século de derrota da revolução, do dirigente comunista português Francisco Martins Rodrigues.

Aos que não conhecem essa importante obra de crítica ao reformismo, indicamos a resenha já publicada no Cem Flores e que pode ser acessada aqui.

O blog publicou também uma importante colaboração ao debate suscitado por essa obra e que pode ser acessada aqui.

Para conhecer melhor a obra de Francisco Martins Rodrigues indicamos a página que reúne sua produção: https://franciscomartinsrodrigues.wordpress.com


Os que tiverem interesse em adquirir o livro podem solicitar pelo e-mail cem.flores.desabrochem@gmail.com.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O Fim da Obediência - Ana Barradas

Reproduzimos abaixo o artigo O Fim da Obediência, da camarada Ana Barradas, recém publicado no site Bandeira Vermelha (acesse aqui). Trata-se de artigo que, como introduz a autora, expõe os "acontecimentos que na China marcaram o espantoso progresso das mulheres promovido pela revolução, que as fez transpor em poucos anos um atraso de séculos." Esse artigo foi publicado originalmente no jornal comunista português Política Operária, no início de 1994.
Essa publicação se soma a outras que já postamos e que também tratam da luta da mulher e da revolução. Em março de 2014 publicamos o texto A Libertação da Mulher é uma Necessidade da Revolução, Garantia da sua Continuidade, Condição do seu Triunfo, do dirigente comunista moçambicano Samora Machel.
Em março de 2017 publicamos dois artigos relacionados ao tema: A Família na União Soviética. Crise e Reconstituição 1917/1944, também de Ana Barradas e o texto A Contribuição da Mulher na Construção do Socialismo, de Vladimir Ilich Lenin.
Publicamos também, em maio último, outro texto da camarada Ana BarradasFalta um Programa Para as Mulheres.
É tarefa imprescindível para a revolução no Brasil e no mundo a incorporação imediata das verdadeiras bandeiras de luta das mulheres. Sem isso o caminho teórico e prático para a retomada do nosso instrumento de combate e da Revolução estará travado. É essa nossa intenção com a apresentação desses materiais para estudo e debate entre os camaradas e leitores do blog Cem Flores.

*   *   *
Ana Barradas
Vem a propósito de centenário de Mao Tsé-tung recordar os acontecimentos que na China marcaram o espantoso progresso das mulheres promovido pela revolução, que as fez transpor em poucos anos um atraso de séculos. Foi esse prodígio que se repercutiu ao longo de décadas no resto do mundo, rasgando novos horizontes ao movimento feminista e restituindo ao campo revolucionário uma causa que os revisionistas tinham condenado ao esquecimento.

domingo, 30 de julho de 2017

O capitalismo encontrou limites intransponíveis? François Chesnais.

Desde o ano passado o blog Cem Flores vem publicando uma série de artigos com o objetivo de aprofundar os estudos que já vimos fazendo, a partir do marxismo, sobre a crise geral do imperialismo, crise que atinge o conjunto da economia mundial, do sistema capitalista no mundo.
Postamos em outubro de 2016, com uma apresentação, o prefácio e dois capítulos do livro de Lenin “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo” (aqui), comemorando os 100 anos de publicação dessa obra magistral.
Um mês depois apresentamos uma análise crítica à posição do Partido Comunista da Grécia sobre o imperialismo (acesse aqui).
Aprofundamos a análise do tema em dezembro apresentando e debatendo o texto de Francisco Martins Rodrigues "Os clássicos e o imperialismo: que actualidade?" (aqui). 
Fizemos ainda uma resenha crítica ao texto de Dani Nabudere “A Economia Política do Imperialismo”, publicada em maio desse ano, que pode ser acessada aqui.
Além desses 04 artigos que debatem a atualidade do conceito e a situação do imperialismo hoje, apresentamos ainda ao leitores do blog a tradução de dois trabalhos de Tom Thomas, extremamente atuais, sobre a crise geral do modo de produção capitalista no mundo e as perspectivas para o movimento revolucionário: o livro "2015 - Situação & Perspectivas" (aqui) e uma atualização de sua avaliação no texto "Situação em 2015: Atualização e Confirmação" (aqui).
Com o objetivo de aprofundar a análise da crise hoje reproduzimos abaixo o texto de François Chesnais intitulado "O capitalismo encontrou limites intransponíveis?". Esse artigo foi publicado em português na edição nº 24 da revista eletrônica O Comuneiro (link para o original aqui).
Na apresentação do artigo o editor da revista, Ângelo Novo, que fez a tradução para o português, apresenta o texto que versa "sobre um tema que tem estado na mente de muitos nós desde, pelo menos, a crise de 2007-8: terá o capital encontrado limites absolutos ao seu típico movimento de expansão? É uma interrogação que coloca certamente algumas questões a quem procura desenhar linhas estratégicas para o derrube deste sistema iníquo e ruinoso, mas nunca nos poderá afastar da única certeza que temos, a da luta."
Mesmo discordando de várias posições defendidas por François Chesnais (em particular sua tese sobre a financeirização, que se afasta do marxismo) consideramos importante a leitura do texto publicado em O Comuneiro pelo apurado estudo que faz da crise hoje. Trata-se de uma importante contribuição para a análise da situação atual da conjuntura no mundo e recomendamos seu estudo.
*   *   *

O capitalismo encontrou limites intransponíveis?
François Chesnais (*)

Em seu número 631/632, de novembro de 2016, a revista Inprecor publicou um texto traduzido da versão castelhana que saiu na revista Herramienta, ela própria traduzida do original em inglês. Este ensaio original vem na conclusão de um livro saído na coleção «Historical Materialism» sobre o capital financeiro e as finanças que eu escrevi à luz da crise de 2007-2008 e das transformações nas formas globalizadas de exploração dos proletários (1). Tanto a conclusão do livro como o texto publicado em Inprecor têm como horizonte as perspectivas da sociedade humana. As observações de amigos que o leram me convenceram da necessidade de clarificar alguns argumentos.