segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Louis Althusser: Livro sobre o Imperialismo (Inédito, 1973) Apresentação e tradução da “Advertência”, por Cem Flores

“Essa é a única coisa que este pequeno livro pretende mostrar: que a luta de classes é o motor da história do capitalismo, portanto também de sua etapa imperialista. Uma coisa elementar”. (pg. 212). 

“Aqui está a linha de demarcação radical: relacionar tudo à luta de classes como a causa em última instância” (pg. 232). 

“Eu estou convencido que existem comunistas, sim, comunistas, para os quais apenas a classe operária conduz a luta de classes... mas a ideia de que a burguesia passa seu tempo a atacar, que esse sistema não é senão um sistema de luta de classe, que tudo isso não foi alcançado senão pela luta de classe da burguesia, que desde o início e sempre a burguesia edificou seu reino pela luta de classe... e que, provisoriamente, é a sua luta de classe que é a mais forte, e que por isso nós ainda não a derrubamos, isso, alguns comunistas não sabem” (pg. 158-9). 

“... é a burguesia que tem a iniciativa geral na luta de classe, em outros termos, é a luta de classe burguesa que é a mais forte. Isso que chamamos de dominação da classe no poder se traduz pela preponderância da luta de classe burguesa sobre a luta de classe proletária... a burguesia conduz sua luta de classe implacável por todos os meios legais e ilegais, tanto na base econômica(a produção e as trocas) sob as formas de opressão próprias à extorsão da mais-valia absoluta e relativa, quanto na superestrutura: pelo aparelho repressivo do Estado e pelos diferentes aparelhos ideológicos do Estado (dentre eles o aparelho político: a 'democracia' burguesa, mas também a Igreja, a Escola, etc.)” (pg. 118-9). 

Em março deste ano foi publicada na França mais uma obra inédita e inacabada do militante e intelectual marxista Louis Althusser (1918-1990): Escritos sobre a História (1963-1986)[i]. Esse volume, composto de nove artigos, é dominado pelas quase 160 páginas dos extratos do chamado Livro sobre o Imperialismo – texto do qual as citações acima foram tiradas. 

Acesse aqui a publicação.

[i]ALTHUSSER, Louis. Écrits sur l’Histoire (1963-1986)Paris: Presses Universitaires de France (PUF), março de 2018, 281 pg. 

domingo, 19 de agosto de 2018

O exército de mulheres da ALN

Zilda Paula Xavier Pereira. É o nome da coordenadora da ALN, no Rio de Janeiro. Mulher escalada para montar o apoio logístico de Carlos Marighella. Quem informa com exclusividade ao Diário da Manhã é Maria Clau­dia Badan Ribeiro em Mulheres na Luta Armada: Protagonismo Femi­nino na ALN, 572 páginas, Alameda Editora, R$ 90,00. A revolucionária, de linhagem marxista, não se limi­tou apenas a coordenar a organiza­ção no Rio, aponta.
– A guerrilheira, que morreu na data em que completava 90 anos de idade, assumiu ainda múlti­plas funções políticas, operacio­nais e ideológicas.
A autora revela ter sido ela que comunicara a posição contrária de Carlos Marighella, carboná­rio baiano filho de um italiano de olhos azuis com uma negra da etnia Haussá, em Cuba, à época em que a G-2 queria impedir o treinamento de mulheres à guer­rilha rural. A ativista levou à ALN Antonieta Campos da Paz, Ma­ria do Carmo e Maria Cerquei­ra. Mulheres que se engajaram ao lado da figura carismática do autor do Minimanual do Guer­rilheiro Urbano.

Cartas de Engels e as Crises do Capitalismo

No último dia 5 de agosto completaram-se 123 anos da morte de Friedrich Engels. Essa publicação é uma homenagem a essa data.

Comentário sobre as cartas de Engels
Friedrich Engels (1820-95) foi o genial co-autor da teoria marxista junto com Karl Marx (1818-83) e, também em sua companhia, dirigente comunista e fundador da Associação Internacional dos Trabalhadores. Após a morte de seu camarada teve depositada em seus ombros a responsabilidade principal pelo desenvolvimento e divulgação da teoria e pela direção do movimento revolucionário dos trabalhadores em todo o mundo. Nessas condições, coube a ele a tarefa de editar e publicar os manuscritos deixados por Marx do que viriam a ser os volumes II e III de O Capital; de traduzir, rever e prefaciar as novas edições de obras de ambos; e de continuar suas atividades de teórico e publicista. Ainda permaneceu intimamente ligado ao desenrolar das lutas revolucionárias em todo o mundo, em permanente intercâmbio com dirigentes revolucionários na Alemanha, França, Estados Unidos, Rússia e diversos outros países, além de acompanhar em detalhes a evolução da conjuntura política e econômica e as transformações do capitalismo.
Este post mira exatamente esse último aspecto da atividade de Engels. Em textos do final de 1884 e início de 1885 e, depois, em seguidas cartas no começo de 1886 – quando já havia completado 65 anos – Engels se debruça sobre a crise econômica que assolava a Inglaterra naquele período e não apenas lhe desvenda seu caráter mais profundo como lhe aponta novas características.