terça-feira, 30 de maio de 2017

A Crise do Governo Temer, ou Governando com o Esgoto a Céu Aberto III


Cem Flores

Alguns leitores deste blog Cem Flores poderão se perguntar o porquê do “III” no título deste artigo. É que a imundície da corrupção, inerente ao capitalismo e aos seus governos burgueses, já nos levou a escrever duas outras vezes com esse mesmo título, tratando dos governos Lula (“I”) e Dilma (“II”). Vejam nos links abaixo:


- Agora... A Crise do Governo Dilma, ou Governando com o Esgoto a Céu Aberto II (de 20.11.2014): http://cemflores.blogspot.com.br/2014/11/agora-crise-do-governo-dilma-ou.html.

*          *          *

A pergunta, então, passaria a ser outra: por que este seria apenas o artigo “III”? A rigor, esta é ou poderia ser a enésima matéria criticando, de um ponto de vista comunista, a corrupção desenfreada dos governos Temer, Dilma, Lula, FHC, Itamar, Collor, Sarney, dos ditadores militares, Jango, JK, Getúlio etc. Isso apenas para ficarmos nos governos federais a partir da segunda metade do século XX e para tratarmos somente dos casos brasileiros. No mundo, e só como um breve exemplo de casos recentes, temos o impeachment por corrupção da presidente Park Geun-hye na Coréia do Sul; a denúncia de nepotismo que eliminou as chances de François Fillon na corrida presidencial francesa; o processo contra o ex-primeiro ministro português José Sócrates (corrupção, fraude fiscal qualificada e lavagem de dinheiro), a renúncia do ministro da economia japonês Akira Amari após denúncias de corrupção e suborno, entre infinitos outros etc.

O ponto que devemos destacar é que quem diz capitalismo – além de dizer exploração das classes dominadas – está, necessariamente, dizendo também corrupção das classes dominantes. Esta é uma regra de ouro, inescapável, deste modo de produção.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Falta um programa para as mulheres.

Reproduzimos abaixo, por sua importância para nossa compreensão teórica e prática sobre essa questão, artigo de Ana Barradas publicado originalmente no blog Bandeira Vermelha. O original pode ser acessado aqui.


Falta um programa para as mulheres.

Ana Barradas.

Alguns comunistas deixam-se cegar pela indignação ao verem-se compara­dos com quaisquer outros homens no que refere à questão feminina. Com isso não conseguem divisar o que há de verdadeiro nas afirmações segundo as quais também entre eles se reproduzem algumas das taras da sociedade patriarcal. Como tratar na táctica e na acção imediata os problemas concretos da emancipação da mulher, dando-lhes expressão na política, em vez de os adiar para depois da revolução?

A corrente das “feminis­tas marxistas” tem procurado clarificar e tornar mais consistentes alguns postulados de Marx e Engels, a partir da análise das condi­ções actuais, por considerar que só o aprofundamento teórico da questão da mulher poderá indicar novos caminhos. E tem chegado a conclusões que, baseadas em debates, em ensaios e estudos e na própria experiência dos movimentos de libertação da mulher nos países ocidentais, parecem abrir caminho a uma inovadora compreensão do problema. Ainda que a falta de audiência e visibilidade de que padece esse feminismo crítico, muito encerrado nos meios intelectuais e entre mulheres da pequena burguesia, atenue os seus efeitos junto de uma audiência mais vasta, há que reconhecer- lhe algum mérito. Ele parte de pressupostos como:

terça-feira, 9 de maio de 2017

100 Anos de “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo” - Dani Nabudere e a Economia Política do Imperialismo

Dani Wadada Nabudere (1932-2011)
O blog Cem Flores retoma, com esta publicação, a sua série de textos sobre os 100 Anos de “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, obra fundamental e absolutamente atual de Lênin para a compreensão do capitalismo contemporâneo e sua crise. Obra que também ilumina os caminhos da luta da classe operária no mundo todo.

Dessa série já foram publicados três textos anteriormente:

- Nos 100 Anos de “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, Discutir o Imperialismo e Sua Crise Continuam Tarefas Fundamentais dos Comunistas (http://cemflores.blogspot.com.br/2016/10/nos-100-anos-de-imperialismo-fase.html), publicado em outubro de 2016, com uma apresentação do Blog Cem Flores aos prefácios e dois capítulos da obra de Lênin;

- 100 Anos de “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”. Um Discurso do Partido Comunista da Grécia (KKE) sobre o Imperialismo (http://cemflores.blogspot.com.br/2016/11/100-anos-de-imperialismo-fase-superior.html), novembro de 2016, com uma análise do Cem Flores sobre a posição do KKE sobre o imperialismo hoje; e

- Francisco Martins Rodrigues: sobre a atualidade do conceito de Imperialismo (http://cemflores.blogspot.com.br/2016/12/francisco-martins-rodrigues-sobre.html), dezembro de 2016, com uma avaliação do Cem Flores sobre um texto de 2003 de FMR em que se discute a atualidade das características da definição leninista do Imperialismo.

Neste post, queremos trazer para a discussão e o debate com os camaradas e leitores do Blog trechos da obra “A Economia Política do Imperialismo”, de 1975, de Dani Wadada Nabudere (1932-2011)[1]. Nacional de Uganda, Nabudere iniciou sua militância política no exílio inglês como membro do Comitê Executivo da Associação de Estudantes de Uganda no Reino Unido, em 1961. De volta à Uganda independente, em 1964, juntou-se ao partido nacionalista Congresso do Povo de Uganda. Por sua militância comunista, foi expulso em 1965 e ajudou a fundar o primeiro partido Maoísta do país, além do Comitê de Solidariedade Uganda-Vietnã. Preso em 1969 por um suposto “complô comunista”, foi solto em 1971.