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Capa original do livro Imperialismo. |
No centenário da publicação de
“Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, o blog Cem Flores reproduz, a
seguir, os prefácios e dois capítulos do livro como nossa forma de homenagear
Lênin: discutindo a atualidade de seu pensamento e ação militante e sua
importância para a luta comunista neste início de século XXI.
Muito embora Lênin tenha chamado seu
livro de um “esboço popular”, e não obstante os mares de tinta que se
escreveram a respeito do imperialismo nesse século, avaliamos que a análise de Lênin permanece insuperável.
Temos plena consciência do que essa avaliação implica em termos da fragilidade
teórica dos comunistas de avançarem e desenvolverem o legado de Marx, Engels e
Lênin.
Nos prefácios que reproduzimos abaixo,
Lenin afirmava que acalentava a esperança de que a publicação d`O Imperialismo
ajudaria na “compreensão de um problema econômico fundamental, sem cujo estudo é impossível
compreender seja o que for e formar um juízo sobre a guerra e a política
atuais: refiro-me ao problema da essência econômica do imperialismo”.
Já os dois capítulos que transcrevemos
abaixo buscam resumir a definição leninista de imperialismo (capítulo 7) e
abordam as tendências ao parasitismo e à decomposição do imperialismo, assim
como do seu papel para o fortalecimento de tendências oportunistas no movimento
operário e comunista (capítulo 8).
Quanto à formulação econômica do
conceito de imperialismo, a conjuntura atual parece reforçar as principais
tendências apontadas por Lênin em 1916. O nível de centralização do capital nos
grandes monopólios, o fortalecimento do capital financeiro e o montante das
exportações de capital atingem patamares inéditos. A crise do imperialismo,
agravada em 2007/2008 e sem qualquer sinal de saída à vista, tem acentuado
ainda mais todas essas tendências.
Ao mesmo tempo, a atuação desses
monopólios nas últimas décadas efetivamente
criou espaços transnacionais de montagem e produção de mercadorias, com as
diversas etapas de seu beneficiamento podendo ocorrer em diversos países e
continentes. O resultado óbvio desse processo é uma forte tendência à equalização e ao rebaixamento das condições de
produção, do ponto de vista do proletariado e das demais classes dominadas, ao
redor do mundo.
Com base na atuação dos capitais monopolistas,
os Estados imperialistas buscam manter e expandir suas áreas de influência,
garantir o pleno funcionamento dessas cadeias produtivas e o fornecimento
ininterrupto e a preços baixos de matérias-primas. Razões de segurança dos
Estados imperialistas se imbricam com a rentabilidade do capital e ambas se
reforçam. A tendência à guerra sempre que se coloca em causa a repartição existente
do mundo é o que mais se tem visto nesse século transcorrido desde a publicação
do Imperialismo.
Em
suma, o sistema imperialista domina integralmente o mundo atual, cria uma
economia mundial englobando todos os países. Sem exceções. Em sua configuração,
o sistema parqueia cada país e seus capitais em posições distintas, que
tentamos resumir na dualidade dominante/dominado, a partir de uma divisão
internacional do trabalho em constante definição e repactuação.