domingo, 17 de março de 2019

O governo Bolsonaro e a ofensiva reacionária na educação

Cem Flores
A busca por realizar uma reforma reacionária do sistema educacional brasileiro é um dos aspectos centrais do governo Bolsonaro e de parte importante de seus aliados políticos e sua base eleitoral, composta pelas camadas médias, líderes religiosos (especialmente os neopentecostais), militares e militantes e parlamentares da extrema-direita. 
Ao contrário da análise superficial – baseadas nas patéticas ações dos seus principais proponentes no governo: o Ministro da Educação (sic!), a Ministra da Mulher, da Família e dos Diretos Humanos (sic!), os filhos de Bolsonaro e o próprio Presidente – não se trata (apenas) de uma pauta diversionista, de “costumes”, ou da ação meramente pessoal de ministros “ideológicos” ou olavetes. 
O combate ao sistema escolar brasileiro é importante palavra de ordem bolsonarista. Esse combate esteve e está presente em diversas manifestações de campanha (por exemplo, a ridícula denúncia (sic!) de Bolsonaro do sistema escolar como divulgador de um fictício “kit gay”), nas disputas pós-eleitorais pela indicação do futuro Ministro da Educação (com o veto da bancada evangélica), na euforia da ignorância no começo do governo (Eduardo Bolsonaro afirmando que não será preciso mais estudar “feminismo”), nas ameaças de censura (Bolsonaro quer analisar previamente as questões do Enem), nos projetos de lei (como o da Escola sem Partido) e, nas últimas duas semanas, na ferrenha e errática disputa sobre quem de fato comanda o MEC, disputa que envolve os principais setores da base eleitoral do governo atual: olavetes – agora divididos entre o Ministro e os seguidores demitidos/mantidos de Olavo de Carvalho; militares; evangélicos; além de “técnicos”.

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