O agravamento de todas as contradições do capitalismo é fruto de tendências que estão levando a um rearranjo da economia mundial, do sistema imperialista, levando a uma nova divisão internacional do trabalho, visando retomar a taxa de lucro, nas condições de saída das classes dominadas da defensiva na luta de classes, que se apresenta nas suas condições nacionais específicas como luta política, nacional, religiosa, etc.
A principal característica da conjuntura atual, do ponto de vista do proletariado, é essa saída das classes dominadas da defensiva na luta de classes. Ou seja, estão dadas as condições para a retomada da ofensiva da classe operária e das demais classes dominadas na luta de classes. Estão dadas as condições para a retomada da teoria científica e revolucionária do proletariado, o marxismo. Estão dadas as condições para o fortalecimento das posições revolucionárias na luta de classes e a reconstituição ou o fortalecimento do partido comunista em cada país.
Ao procurar cumprir uma de nossas tarefas de comunistas, de fazer (ou ao menos esboçar, no limite de nossas capacidades) uma análise da conjuntura da crise do imperialismo, nosso coletivo não se propõe tratar dos problemas políticos ou econômicos de qualquer outro país em particular. Não vamos, e nem teríamos como, procurar fazer o que Lênin conceituava como “análise concreta de uma situação concreta” de qualquer outra formação econômico-social. O que buscamos é tratar de uma questão absolutamente essencial para a luta de classes em qualquer país do mundo: a da crise do imperialismo. Buscamos, portanto, fazer o que é preciso: a análise concreta da situação concreta da crise do sistema capitalista mundial.
Não trataremos dos problemas concretos da luta de classes em nenhum país específico, com a exceção do Brasil, tendo em vista não termos competência para tanto. Primeiro, porque essa tarefa é da competência dos revolucionários de cada país. Depois, porque para fazê-lo teríamos que dominar a análise concreta da situação concreta de cada formação social, das quais dispomos somente de descrições gerais que, mesmo não sendo falsas, são insuficientes. Para realizar a análise concreta da situação concreta da luta de classes em uma formação social precisam-se mais do que descrições gerais, estimativas gerais. É necessário entrar no detalhe, em todos os detalhes, no concreto das relações da luta de classes, não só da luta da classe operária e das demais classes dominadas, sob as condições concretas de repressão capitalista, mas também da luta de classes do imperialismo em todos os terrenos, na economia, na política e na ideologia, nas condições específicas de cada país.
O que queremos e buscamos analisar nesse artigo é o estado atual da luta de classes à escala internacional na presente conjuntura, seis anos após o agravamento da crise da economia capitalista mundial em fins de 2007.
* * *
A
crise do imperialismo neste início de século XXI se agravou de tal maneira que,
por um lado, só se compara às Grandes Depressões do último quartel do século
XIX, que gerou o sistema imperialista, e do entre guerras na primeira metade do
século XX, que só se encerrou com a barbárie da II Guerra Mundial. Vista por
outro ângulo, a gravidade desta crise é tal que até mesmo alguns ideólogos burgueses
– precisamente os economistas, aqueles mesmos chamados por Marx de sicofantas, de
espadachins mercenários em defesa da dominação burguesa – já perceberam que não
fazem mais sentido questões de se a crise acabou ou não ou de quando é que ela
acabará.
Essa perspectiva, inteiramente utópica, de
que o imperialismo “voltará” (sic! Como se já houvesse em algum momento
pretérito...) a apresentar algum dia algo parecido a um crescimento “sólido
e/ou sustentável” só permanece atualmente na ideológica retórica dos governos e
dos aparelhos internacionais de estado capitalista, nos discursos dos ideólogos
burgueses e de seus asseclas reformistas e oportunistas. Daqueles que defendem
os programas de ajuste econômico capitalistas, anti-trabalhadores, como a forma
de obter “desenvolvimento” no futuro. Cresce, no entanto, mesmo no campo da
burguesia, o reconhecimento de que o atual estado de coisas poderá vir a ser,
na melhor das hipóteses, o chamado “novo
normal” ou então desembocar numa “estagnação
estrutural”, “estagnação de longo
prazo”[i].
Essa prolongada crise do imperialismo, seu agravamento e as
tendências por ela criadas de rearranjo da economia mundial, têm levado as
frações do capital em cada país, tanto os imperialistas quanto os dominados, a
uma situação na qual não está claro quais serão os caminhos de buscar uma
possível retomada da acumulação de capitais. Isso porque estão em confronto tendências
contraditórias. Resumida e esquematicamente, aquelas que prevaleciam até 2007 e
que foram duramente afetadas pela crise e buscam se recompor, e aquelas para as
quais a própria crise abriu novas possibilidades. Dessa forma, diversas frações
do capital em cada país e internacionalmente estão em confronto aberto nessa
disputa.
Do ponto de vista do proletariado e das demais classes dominadas, a análise
concreta dos fatos da presente conjuntura aponta para tendência de agravamento
da crise geral (econômica, social, política, ideológica, etc.) do imperialismo. Nesse cenário, a burguesia, seus
governos e aparelhos internacionais manterão a ofensiva em todas as frentes (econômica,
ideológica, repressiva) para aumentar a exploração e piorar as condições de
vida do proletariado e das demais classes dominadas. Para isso, as classes
dominantes recorrerão, como já estão recorrendo, à repressão crescente. Repressão
às lutas e às formas de organização do proletariado e das massas, mediante
reforço do seu aparelho repressivo e tendência à fascistização.
Por outro lado, como consequência direta, cresce a resistência
operária e popular em todo o mundo. De greves nas fábricas e locais de trabalho e greves por categorias
de trabalhadores, alguns países já passaram a greves gerais, manifestações
nacionais, nas quais se assume (com maior ou menor clareza, mais explicitamente
ou menos) uma perspectiva política da classe operária, contra os governos burgueses
de plantão e contra o capitalismo.
Cresce também o movimento de retomada, ao redor do mundo, da teoria
científica do proletariado, o marxismo. Retomada da teoria concomitante com o
reforço das posições revolucionárias e a denúncia e o combate ao oportunismo,
ao reformismo e ao revisionismo.
* * *
Para poder tratar das transformações que
esses seis anos de agravamento da crise do imperialismo – da crise na
reprodução do capital na economia mundial capitalista – vem causando, entendemos
que nossa análise deve partir do aspecto mais geral, o todo contraditório do
sistema imperialista. Dessa maneira, buscar captar os impactos que esse
agravamento da crise da economia mundial capitalista está causando no sistema
como um todo e suas tendências.
Assim, de maneira exploratória –
consideradas nossas limitações e dado que estamos buscando tratar de tendências
ainda em curso – gostaríamos de propor à discussão e à crítica dos camaradas
que:
1)
A crise do imperialismo está provocando um
importante rearranjo no sistema econômico mundial, ou seja, está modificando a
divisão internacional do trabalho.
O sistema imperialista – a dominação capitalista em todos os países
do planeta e, mais que isso, o capitalismo dos monopólios e do capital
financeiro, sua fase imperialista – em escala global organiza (e reorganiza
constantemente, dadas suas contradições) uma determinada divisão internacional
do trabalho. Essa divisão tem como polo
dominante os interesses das frações dominantes do capital, sediadas nas principais
potências imperialistas, restando às frações dominantes do capital nos países
dominados os movimentos necessários, nos limites de suas possibilidades
internas[ii], para ajustar-se às possibilidades de
acumulação abertas por essa (nova) divisão.
Em relação aos países dominados, portanto, longe de apontar qualquer
“determinismo” externo (o que seria uma visão mecânica da realidade), o que
queremos dizer é que não há opção capitalista fora do / alternativa ao
sistema imperialista mundial. Dessa maneira, as formas concretas de inserção de
cada país dominado na vigente divisão internacional do trabalho do sistema
imperialista (por exemplo, qual(is) mercadoria(s) produzir para o mercado
mundial ou qual a participação na divisão do mundo entre os monopólios) condicionam,
nos limites das condições internas, a acumulação do capital em cada um desses
países, sua estrutura econômica, suas frações burguesas dominantes, etc.
A única opção para sair da condição de país dominado no sistema
imperialista – não para as classes dominantes dos países dominados (e nem para as
dos dominantes) – opção do proletariado e das demais classes dominadas em todo
o mundo, é seguir os rumos traçados pelas gloriosas Revoluções Russa, Chinesa e
demais experiências de derrubada do capitalismo e de construção do poder da
classe operária e das massas exploradas, de construção do socialismo.
* * *
A crise do capital em sua fase imperialista, ao modificar as
condições vigentes de acumulação nos principais países imperialistas, força
modificações na divisão internacional do trabalho então existente. Essas
mudanças não têm direção predeterminada e são resultado de tendências contraditórias,
de processos nos quais setores do capital buscam restabelecer as condições
anteriores, enquanto outros reforçam as possibilidades abertas pela própria
crise. Inicia-se uma fase de disputa aberta entre as diversas frações do
capital, dentro de cada país imperialista e entre esses países, pela condição
de fração dominante, disputa na qual não há “vencedores” predeterminados. Uma
nova divisão internacional do trabalho só se estabelece após um período de
duração variável no qual convivem / disputam velhas e novas tendências (e
outras ainda podem surgir).
Este parece ser exatamente o momento no qual nos encontramos, seis
anos após o agravamento da crise. Dizemos, portanto, que modificações na divisão internacional do trabalho, de forma incipiente,
parecem estar surgindo dos impactos da crise nas condições de acumulação do
capital nos principais países imperialistas.
Os impactos da crise do imperialismo resultam extremamente desiguais
nos diferentes países – dependendo das condições da luta de classes, do papel
que as frações dominantes do capital nesses países desempenham no sistema
mundial, das tendências que a crise apresenta concretamente, e das suas condições
econômicas, políticas, institucionais, etc. – tendendo a modificar suas
posições relativas no sistema da economia mundial em função dos impactos
diferenciados da crise nas suas condições anteriores de acumulação e nas suas frações
dominantes do capital.
Do lado dos países imperialistas, essas tendências podem reforçar seu
papel de potências dominantes (EUA, Alemanha), substituir o país dominante em
um determinado arranjo regional da partilha do mundo (Japão por China) ou
reduzir sua importância na economia mundial (França, Itália). Resumidamente,
dar origem a “vencedores” e “perdedores”, com dois aspectos principais:
i) ela
reorganiza, a partir dos países “vencedores” – melhor dizendo, a partir das
frações dominantes do capital no sistema mundial, de acordo com os países nos
quais estão sediadas suas matrizes e/ou os detentores do seu capital – zonas de
influência econômica, financeira e política, ou seja, recolocam em questão a
partilha do mundo entre as potências imperialistas (ver o item 2).
ii) ela modifica
/ agrava as contradições interimperialistas. Já sabemos, desde Lênin, que modificações
na partilha do mundo entre as potências imperialistas não acontecem de forma
pacífica. Esquemática e simplificadamente, podemos resumir: as frações de
capital deslocadas pelos impactos da crise e os países nos quais estão
localizadas querendo manter o status quo ante e aquelas cujo papel foi reforçado, buscando alterá-lo, ampliar seus
espaços de reprodução ampliada do capital em detrimento de todos os demais.
Ressaltemos, uma vez mais, que na situação
atual, no meio de uma grave crise do imperialismo, crise prolongada e que
modifica a configuração do sistema mundial do imperialismo, abre-se um período
em que predomina a disputa entre os diversos capitais, período, portanto, em
que os rumos da acumulação não estão definidos (e nem poderiam estar). Existem
apenas tendências em choque, caminhos potenciais. Essa “instabilidade”
questiona lideranças anteriores, fragiliza alianças prévias, agudiza os
conflitos, levando a burguesia a uma espécie de guerra de todos contra todos.
Por sua vez, nos países dominados (nos quais não há “vencedores” no
sentido acima), a reação das classes dominantes, em cada conjuntura específica,
é:
i) por um lado,
buscar se ajustar / adaptar às novas, porém ainda incertas, condições de
acumulação em uma nova divisão internacional do trabalho (por exemplo, o
deslocamento de setores intensivos em força de trabalho, têxtil, roupas e
calçados, da China para seus vizinhos, como Bangladesh), ou
ii) aferrar-se
às condições anteriores da divisão internacional do trabalho, à sua forma
anterior (atualmente em crise) de inserção dominada na economia mundial, buscando
tentar compensar internamente (mediante todas as ações possíveis ao aparelho de
estado capitalista como as desonerações, as concessões/privatizações, etc.) os
impactos da piora nas condições externas (como a queda dos termos de troca[iii] e estagnação da demanda por exportações
de commodities) e recolocar no nível
anterior da taxa de lucro, como é o caso do Brasil.
2)
A crise do imperialismo tanto questiona as
zonas de influência / dominação dos países imperialistas, conforme sua partilha
anterior, quanto, de forma contraditória, impulsiona / fortalece novos acordos
/ alianças interimperialistas.
As principais potências imperialistas buscam fortalecer suas zonas de
influência e conquistar novas (em detrimento das demais potências) em
antagonismo crescente com todos os demais blocos imperialistas, principalmente com
o imperialismo dos EUA, dado este ser a principal potência dominante. Os casos
mais evidentes são a reafirmação da hegemonia alemã sobre o continente europeu,
tanto os países que adotam o euro quanto os países do antigamente chamado
“Leste Europeu” e o reforço da tendência de constituição de um espaço econômico
integrado no sudeste asiático, sob liderança chinesa, incorporando cada vez
mais o Japão. Há, ainda, possivelmente outro bloco em constituição, em estágio
mais inicial, que envolve as relações políticas e militares entre China e
Rússia.
As modificações que a crise do imperialismo está causando na divisão
internacional do trabalho não permitem mais que sigamos com a “simbiose” sino-americana[iv] como que resumindo o conjunto do funcionamento
do sistema capitalista internacional. Isso quer dizer que:
i) a crise do imperialismo agrava as
contradições interimperialistas, não apenas entre as diversas frações de capital desses blocos
imperialistas (principalmente os três blocos liderados por EUA, Alemanha e
China), mas também entre as diversas frações de capital dentro de cada bloco.
ii) em alguma
medida, isso modifica as anteriores relações sino-americanas (menor superávit externo chinês; menor déficit
externo americano; apreciação da moeda chinesa e depreciação do dólar em
relação ao iuane (tendência contrarrestante: aumento dos juros nos EUA, que aprecia
o dólar em relação às demais moedas); aumento dos custos de produção na China;
sua redução nos EUA; etc.), tornando essa “simbiose” insuficiente para explicar a dinâmica do sistema imperialista
mundial, dadas as modificações em seu funcionamento e a reafirmação da importância
da Alemanha e, talvez em menor escala, da Rússia.
Avaliamos que é apenas dentro desse contexto mais geral da conjuntura
da crise do imperialismo que podemos avaliar as contradições entre as frações
do capital tanto nos principais países imperialistas quanto nos dominados.
Dessa maneira, avançando alguns aspectos dessas contradições de maneira
exemplificativa, dizemos resumidamente que nos EUA, são as contradições entre os setores mais ligados à acumulação
/ produção interna e exportações (que se fortalecem) – contradições expressas,
por exemplo no movimento “buy American”
e na recente retomada de acordos de livre comércio ao redor do mundo, com o Pacífico,
com a Europa, além dos bilaterais – e setores que transferiram suas fábricas
para o exterior (que enfrentam piora nas suas condições de acumulação, com os aumentos
salariais na China, por exemplo). Contradições entre as frações do capital
sobre as novas formas de regulação do sistema financeiro pós-crise.
Podemos afirmar, de forma geral, que nas condições concretas,
específicas, dos EUA, contradições como essas no seio da classe dominante estão
se expressando na acentuada instabilidade do seu sistema político, com a
(quase) total incapacidade de acordos entre republicanos e democratas, mesmo
sobre temas básicos ao funcionamento do aparelho de estado capitalista (limites
de endividamento, funcionamento dos órgãos governamentais). Isso tem gerado um
reforço das tendências mais conservadoras em ambos os partidos, particularmente
das mais reacionárias, belicosas e fascistas, como o chamado Tea Party.
Na Europa, esses
antagonismos dentre as classes dominantes de cada país e com os demais países
do continente, ainda são impactados pelos interesses do capital dos EUA na
região. Simplificadamente, os antagonismos entre as classes dominantes alemãs e
as dos demais países crescentemente submetidos ao jugo alemão por meio das
políticas implementadas pelos seus aparelhos de estado, tais como a Comunidade
Europeia e o Banco Central Europeu. Mesmo a França parece conformar-se com essa
posição de “sócio menor” (expresso anedoticamente no termo “Merkosy”, que dizia
respeito à identidade de posições entre Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, que
não foi alterada com a “mudança” de governo para François Hollande).
Nos países nos quais é maior a depressão econômica, notadamente os
mediterrâneos, as classes dominantes têm implementado as políticas hegemônicas
alemãs – o que não exclui, obviamente, contradições com essas políticas – mesmo
porque o foco principal de todas elas é a redução dos custos salariais e demais
conquistas dos trabalhadores europeus, mas principalmente diante do aumento da
resistência do proletariado e das demais classes dominadas.
Na Europa, talvez de forma ainda mais explícita que nos EUA, ressurge
a tendência ao fascismo, inclusive mediante a constituição de partidos fascistas
e/ou nazistas legais dentro da democracia burguesa, para não falar das suas
organizações clandestinas com o apoio cada vez mais explícito dos aparelhos
repressivos do estado.
Na China, essas
contradições entre os interesses das frações da burguesia chinesa adotam a
forma de disputa do aparelho de estado (e farsescamente, em alguns casos
inclusive o uso de slogans do período revolucionário maoísta), resultando em
expurgos que assumem a forma de processos judiciais por “má conduta” e/ou
corrupção. Até agora, as frações da classe dominante parecem unificadas em
torno da liderança política e militar, redobrando sua aposta na liberalização
capitalista. Essa nos parece ser a correta, ainda que bastante geral,
interpretação das reformas econômicas anunciadas pelos novos dirigentes
chineses: maior liberalização do sistema financeiro, aumento das zonas
especiais (nas quais a acumulação do capital segue sem qualquer entrave), maior
liberalização na compra e venda de propriedades rurais. Ou seja, confrontados
com o crescimento do proletariado chinês como resultado da maior urbanização
(migração do campo à cidade) e com o aumento da sua resistência à exploração
capitalista (greves, ocupações e destruições de fábricas, etc.) e ao aumento
dos seus salários, a camada dirigente da burguesia chinesa toma medidas que, ao
ampliar os seus espaços para a acumulação do capital, agravam as contradições
capitalistas na China.
Por outro lado, considerando a impossibilidade de manter as condições
anteriores de acumulação baseadas quase que exclusivamente nos baixos salários
e setores intensivos em força de trabalho, o capital chinês e o capital
estrangeiro ali investido refazem o movimento de transferência de capital, que
inicialmente dirigiu-se à China, para sua vizinhança imediata. O capital chinês
disputa ainda, de forma crescente, o controle (direto ou por contratos de longo
prazo) do fornecimento de matérias-primas e demais insumos (energéticos,
alimentares, minerais, etc.) indispensáveis à continuidade de seu crescimento, localizados
na África, América Latina ou onde for, neste caso em disputa direta com as
demais potências imperialistas.
Este agravar das contradições do capital monopolista e de seus
estados relacionadas à partilha do mundo entre zonas de influência das
potências imperialistas também assume, como é óbvio, a forma de conflitos
armados, militares, guerras. Essas guerras provocadas pelo imperialismo, que
após a dissolução da União Soviética ocorreram na própria Europa, se espalham
atualmente por todo um importante espaço geopolítico que vai de grande parte da
África, Oriente Médio, até às fronteiras da Índia e da China.
O mais relevante nesses conflitos imperialistas é a perda, por parte
dos EUA, de sua capacidade de intervenção militar decisiva, o início da perda
de sua característica que já foi chamada de “única superpotência” mundial. Isso
se observou, apenas em 2013, com seu recuo em relação à Síria (em oposição ao
desfecho da intervenção militar na Líbia, por exemplo), a retirada do
Afeganistão, a negociação sobre a questão nuclear no Irã, entre outros. Na
maioria desses casos, observou-se também a perda de influência das potências
europeias (França e Inglaterra) e o reforço do papel internacional de China e
Rússia.
3)
A crise do imperialismo está modificando
as condições de acumulação do capital em todos os países, rebaixando os custos
de reprodução da força de trabalho.
Como nos ensinou Marx, o rebaixamento dos salários abaixo do seu
valor é um dos principais fatores contrarrestantes concretos à tendência de
queda da taxa de lucro. Por sua vez, um dos principais fatores a pressionar os
salários para baixo é a existência de um grande contingente de trabalhadores
desempregados, a existência de um significativo exército industrial de reserva.
A crise do imperialismo desempenha
exatamente esses papeis, de ampliar o desemprego e deteriorar as condições de
vida do proletariado e das classes dominadas, hoje especialmente nos principais centros
imperialistas, como EUA e Europa. Nas condições concretas da luta de classes,
nas quais a taxa de desemprego se multiplicou por dois, como nos EUA, ou ainda mais
que isso, como em alguns países europeus, esse descomunal aumento do exército
industrial de reserva exerceu e permanece exercendo uma poderosa pressão pela
redução dos custos de reprodução da força de trabalho.
Especificamente nesta crise, com seus efeitos deflacionistas (ou ao
menos de redução significativa da inflação, para 1% a 2% ao ano nos principais
países imperialistas), ao contrário da chamada “estagflação” nas crises de
meados dos anos 1970 e início dos anos 1980, o ajuste dos salários para baixo
não está sendo feito principalmente pela perda do seu poder de compra. Ou seja,
na ausência desse instrumento de “correção”, o objetivo do capitalismo em crise
de reduzir os salários, de reduzir a parcela do capital variável na reprodução
do capital, tem que ser alcançado mediante uma ofensiva cada vez mais selvagem
das classes dominantes e seus aparelhos de estado para a redução nominal dos
salários e demais conquistas trabalhistas. Por outro lado, esse ambiente
deflacionário tende a prolongar o período necessário para essa “correção”.
Podem se contar às dezenas, principalmente nos primeiros anos
pós-2007 e na Europa, os casos em que a ofensiva da burguesia conseguiu impor reduções
nominais de salários aos trabalhadores – tanto ao proletariado e aos setores
mais pauperizados das classes dominadas, quanto a importantes setores das
camadas médias. Ainda mais numerosos foram os casos de incapacidade de
reposição do poder de compra dos salários nos acordos coletivos e datas-base,
ou seja, casos em que houve perda real dos salários, que se espalharam ao redor
do mundo, dos EUA ao Brasil. O papel da crise do capital em reduzir os custos de
reprodução e as condições de vida das classes operária e demais classes
dominadas se completa com diversas formas específicas, em cada país, de redução
das outras formas, chamadas “indiretas”, de remuneração do trabalho, de redução
dos impostos e demais encargos sobre os custos laborais, de ataques às
conquistas sindicais e previdenciárias.
A burguesia também busca, de todas as formas, ampliar a produtividade do capital, reduzindo o nível de emprego e
aumentando o nível de exploração sobre os que permanecem empregados. Isso
se traduz no fato da absoluta maioria dos países imperialistas já terem voltado
a apresentar taxas positivas de crescimento econômico (embora ainda sejam
poucos os países imperialistas, notadamente os EUA e a Alemanha, a já
apresentarem produção superior à do início da crise), enquanto ainda mantêm
taxas de desemprego crescentes ou nos níveis recordes ou, pelo menos, muito
acima da situação pré-crise[v].
As evidências quantitativas desses ganhos de produtividade do capital
(medidos como a evolução da relação entre quantidades produzidas/horas
trabalhadas) podem ser divididas, analiticamente, em dois períodos:
i)
inicialmente,
com o acelerado crescimento do desemprego, mais acentuado que a contração da
produção, o aumento de produtividade ocorreu para um estoque dado de capital
constante (em quantidade, posto que em relação ao seu valor houve queima de
capital). Ou seja, o aumento de produtividade decorreu, exclusivamente, da
maior exploração da força de trabalho na ausência de novos investimentos;
ii)
mais
recentemente, a tendência de crescimento da produtividade do capital se
manteve, porém menos acentuadamente. Isso parece ser consistente com a
observada diminuição do ritmo de aumento da taxa de desemprego ou com a sua
manutenção nos elevados patamares atuais. Adicionalmente, há sinais de retomada
dos investimentos. Embora as estatísticas ainda não permitam afirmar com
clareza, o atual crescimento da produtividade deve estar sendo causado, ao lado
da maior exploração direta da força de trabalho (mais-valia absoluta), por uma
produção ainda mais intensiva em capital (mais-valia relativa).
A esses dois movimentos, ampliando-os e completando-os, acrescenta-se
a repressão crescente às diversas formas
de organização, manifestação e luta dos trabalhadores. Se reconhecemos que essa
é uma tendência geral e necessária ao sistema capitalista, caracterizado pela
luta de classes entre burguesia e proletariado, podemos dizer que tem sido uma
regra geral, empiricamente verificada em todos os países nos últimos anos.
Nossa experiência concreta de luta no período mais recente no Brasil também
confirma essa tendência.
Esses fatos da conjuntura recente, a permanência da crise do
imperialismo e a reorganização do sistema da economia mundial que ela vem
acarretando, a pressão pela redução da parcela do capital variável na
reprodução do capital, pressão pela redução das condições de vida da classe
operária e demais classes dominadas, bem como o aumento da resistência dessas
classes; a partir disso e da história e experiência de lutas da classe operária
e demais classes dominadas, podemos dizer que a tendência é que a crise do imperialismo, ao agravar a luta de classes, aumente
a resistência e luta das classes dominadas e a repressão das classes dominantes.
4)
A crise do imperialismo ajusta às novas
condições todas as políticas voltadas a ampliar as condições de acumulação do
capital por meio dos aparelhos de estado, buscando aumentar as taxas de lucro.
A crise do imperialismo radicalizou a atuação dos aparelhos de estado
em prol das classes dominantes, buscando aumentar suas taxas de lucro. Se essa
é a sua característica, observada em todos os momentos do capitalismo, na crise
ou fora dela, na crise atual essas ações destacam-se por sua magnitude, mas
também pela criação de novas formas de intervenção do estado em favor de sua
burguesia.
Os bancos centrais dos EUA, Europa,
Inglaterra, Suíça e Japão, só para citar os principais, têm adotado uma tripla política
na tentativa de contrarrestar os efeitos da crise, especialmente nas condições
da acumulação de capitais. Em primeiro lugar, em todos esses países, as taxas de juros básicas
de curto prazo, fixadas pelos bancos centrais, foram reduzidas a zero logo no
início da recessão de 2007/2008 e assim permanecem até agora, devendo ficar
inalteradas até, pelo menos, 2015. Os juros zero buscam tornar rentáveis
qualquer opção de investimento com retorno positivo[vi], além de estimularem o retorno da
acumulação fictícia de capitais, mediante o estímulo à criação de novas
“bolhas” de ativos.
Em segundo lugar, os bancos centrais passaram a comprar ativos
financeiros públicos e privados em montantes quase incalculáveis. Esses
programas de compras diretas já atingem, somados os países acima, mais de US$ 5
trilhões desde 2008, valor equivalente a um terço do PIB dos EUA ou mais que o
dobro do PIB do Brasil. Pelo menos parte desses recursos destina-se a reciclar
os capitais nas mãos da burguesia, trocando títulos “podres” por dinheiro. Além
disso, essas ações aumentam os preços desses títulos, reduzindo as taxas de
juros mais longas, e mantendo condições mínimas de funcionamento do mercado
financeiro.
Por fim, nas chamadas medidas para fortalecer a “estabilidade
financeira”, os bancos centrais não têm se negado (pelo contrário!) a “fazer o que for necessário” [vii], a fornecer todos os recursos, sempre que
for preciso e na magnitude demandada, para os bancos, seja para sua
capitalização, seja para financiar empréstimos ao setor privado. Apenas em duas
operações realizadas pelo BCE com cerca de 500 bancos da região, na virada de
2011 para 2012, foram “emprestados” US$1 trilhão.
Da mesma forma, os Tesouros Nacionais de todos os países têm criado
uma miríade de medidas para favorecer a acumulação de capital, medidas que
implicam desonerações fiscais e/ou o uso direto de recursos públicos. O
resultado é o aumento exponencial da dívida pública, que já ultrapassa 100% do
PIB em praticamente todos os principais países imperialistas.
Esses efeitos somados têm resultado em tendência
de retorno ao padrão de acumulação financeira-fictícia vigente no momento de
irrupção da crise “financeira” em setembro de 2008, com o retorno da valorização fictícia de
todos os tipos de ativos (por exemplo, a bolsa de valores de Nova Iorque em
nível recorde), o retorno dos chamados empréstimos alavancados, hedge funds, derivativos, etc. Não há,
na realidade concreta do sistema imperialista atual, condições para a
acumulação da imensa pletora de capitais que não conte com a “colaboração” da
esfera fictícia.
Ao contrário dos vãos sonhos reformistas, portanto, o capital “não
aprende”. Não adianta os ideólogos burgueses e reformistas “lembrarem” que a
crise eclodiu no sistema financeiro, clamarem por mais regulação e fiscalização
(que, como ilustra o caso dos EUA, só são aprovadas quando significativamente
“desidratadas”, sem comprometer os “negócios”), fazerem as suas críticas
morais. O capital só investe onde possa haver perspectivas de lucro, não
interessando quais sejam: títulos podres (junk
bonds), operações securitizadas, pirâmides financeiras, etc.
Adicionalmente, crescem pressões de todos os tipos (governos
nacionais, organismos internacionais, mercados financeiros, associações de
classe da burguesia) por reformas econômicas para reduzir os custos com força
de trabalho e, de forma mais geral, reduzir custos de reprodução do capital.
5)
A crise do imperialismo resulta em
tendência à aprofundar a luta de classes entre burguesia e proletariado nas atuais
condições de saída das classes dominadas da defensiva na luta de classes.
À ofensiva em todos os níveis da burguesia, apontada e analisada nos
itens acima, se soma, principalmente nos países europeus (mas não apenas neles),
o reforço das posições mais extremadas
da direita capitalista, o fascismo e o nazismo. Nas formas nacionais
específicas e sempre contando com o apoio, implícito ou explícito, do aparelho
de estado capitalista, organizações e partidos fascistas e nazistas atuam às
claras, concorrem nas eleições burguesas, obtém resultados eleitorais e buscam
confrontos violentos com as manifestações populares, principalmente de
trabalhadores, e de esquerda, principalmente comunistas. Essa tendência ao fascismo não é apenas consequência da crise, mas é
inerente ao próprio imperialismo, ao período de putrefação e apodrecimento do
capitalismo. O fascismo é a ideologia do imperialismo.
A essas tendências se contrapõe uma maior reação da classe operária e
das demais classes dominadas, de variadas formas: greves por empresa, por setores
e greves gerais nacionais; ocupações de fábricas e de prédios públicos;
manifestações de rua; conflitos de diversas espécies com os agentes e órgãos do
aparelho repressivo do estado; movimentos nacionalistas com diversos graus de
participação da classe operária, com distintos níveis de anti-imperialismo; e
mesmo lutas que adquirem a expressão de conflitos religiosos; etc.
Nessa conjuntura ressurgem, igualmente, os movimentos e as organizações
de revolucionários e os partidos comunistas, dispostos a rediscutir a
trajetória, repensar programas e buscar atuação revolucionária na luta de
classes.
O cenário atual caracteriza o encerramento
de um período de defensiva estratégica da classe operária na luta de classes, que caracterizou as últimas várias
décadas de domínio do revisionismo, reformismo e oportunismo no movimento
comunista e operário internacionais, de derrocada do “socialismo” na URSS e no
Leste Europeu, de retorno do capitalismo na China, de desorganização dos
revolucionários, de crise teórica no marxismo e seu abandono pela vanguarda do
proletariado.
O que observamos nos últimos anos – e para sermos mais precisos,
ressaltamos que esse processo se inicia antes do período que se abre em 2007/2008
– é o aumento da resistência operária na luta de classes; o crescimento de suas
formas autônomas de organização e luta; um fortalecimento de posições,
organizações e partidos comunistas; uma retomada do marxismo, a partir de diversos
níveis em sua formulação, e a busca por desenvolvê-lo; e a retomada do combate,
prático e teórico, ao revisionismo, ao reformismo e ao oportunismo.
Só existe uma saída para a classe operária e as demais classes
dominadas:
- Reforçar as lutas dos explorados,
liderados pela classe operária, em todos os níveis.
- Reforçar a atuação dos comunistas no
meio da classe operária e de suas lutas.
- Reforçar a ação e a organização dos
comunistas, reforçar e fortalecer o seu partido.
- Reforçar os laços internacionais de
solidariedade e de atuação conjunta da classe operária e dos comunistas,
reforçar o internacionalismo proletário.
- Reforçar o processo de retomada e
desenvolvimento do marxismo, teoria científica do proletariado, ferramenta
indispensável à prática revolucionária dos comunistas.
PROLETÁRIOS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!
Acesse aqui o Anexo - Estatísticas da Economia Mundial, com dados que subsidiam os pontos apresentados no documento acima.
[i] Referimo-nos à
denominada “secular stagnation”,
noção ideológica criada por economistas burgueses nos anos 1930 para
caracterizar uma economia com crônica deficiência de demanda (baixo consumo),
conjugada a investimentos excessivos e capacidade ociosa, resultando em baixo
crescimento permanente e tendência à deflação. Um país nessa situação
precisaria recorrer a endividamento crescente e a bolhas especulativas (capital
fictício) para manter um mínimo de crescimento, o que o levaria à próxima
crise. Ver referências no anexo.
[ii] Essas
“possibilidades internas” de acumulação são dadas pelo estágio da luta de
classes entre a burguesia e o proletariado, pelas contradições internas ao
capital e pelas “dotações” específicas de cada país, ou seja, suas condições
demográficas, geográficas, climáticas, por suas riquezas minerais,
possibilidades agrícolas, etc. Observe-se que essas “dotações” não são
meramente (nem determinantemente) naturais. Trata-se, antes disso, da
capacidade de apropriação e transformação, por parte da burguesia do país
(geralmente em aliança com a ou a serviço da burguesia das potências
imperialistas), dessas riquezas em mercadorias para os mercados interno e
mundial.
[iii] Termos de troca são
calculados pela razão entre os preços dos produtos exportados e importados pelo
país. O significado econômico imediato de um aumento dos termos de troca é uma
maior taxa de lucro nos setores exportadores, que também passam a controlar uma
maior massa de capitais. O aumento dos termos de troca de um país representa,
adicionalmente, uma maior demanda externa por seus produtos exportados, o que
sinaliza sua forma de inserção na economia mundial capitalista.
A atual redução nos termos de troca brasileiros, após
terem atingido níveis recordes em mais de meio século, e embora ainda
permaneçam em nível historicamente elevado, pode significar mudança na divisão
internacional do trabalho e na forma de inserção dominada do país, dada a menor
demanda externa por commodities
(principalmente chinesa) e a redução nos seus preços internacionais, reduzindo
a taxa de lucro e o ritmo da reprodução ampliada do capital de uma das frações
dominantes da burguesia do país.
[iv] Entendemos por
“simbiose sino-americana” a relação definidora da economia mundial capitalista
no período pré-2007, na qual os capitais americanos se deslocam para e passam a
se reproduzir ampliadamente na China (investimentos diretos), sendo realizados
“de volta” nos países imperialistas, principalmente nos EUA (exportações
chinesas, importações americanas; superávit comercial chinês, déficit
americano), com os fluxos de capital “chinês” fruto do superávit comercial e
dos investimentos retornando aos EUA (reservas internacionais) como forma de
financiamento de sua dívida pública. Essa relação configurou uma forma
específica de desenvolvimento do capitalismo chinês e de sua vizinhança, ao
definir o seu padrão de acumulação de capital, ao mesmo tempo em que provocou
mudanças na estrutura econômica dos EUA, por exemplo, a desindustrialização.
Atualmente, em função do desenvolvimento das
contradições e tendências próprias ao capitalismo (burguesia x proletariado,
aumento da composição orgânica do capital, queda da taxa de lucro), o padrão de
acumulação de capital na China (mas também nos EUA) passa por modificações
importantes, que impactam suas relações econômicas com os EUA e toda a economia
mundial.
[v] Essa característica
já estava presente nos EUA na recessão de 2001 (a do estouro da bolha “ponto
com”), tendo sido batizada de “jobless
recovery” (recuperação sem emprego).
[vi] O principal entrave
ao aumento dos investimentos, no entanto, não é seu custo financeiro, mas o estoque
excessivo de investimentos não rentabilizados, reflexo da superacumulação de
capitais, cuja magnitude foi agravada pela crise.
[vii] Só para citar um
caso: o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou em
discurso em julho de 2012, que “o BCE
está pronto para fazer o que for
necessário [whatever it takes] para
proteger o euro. E acreditem em mim, isso será suficiente”. Matéria sobre o
discurso em http://www.telegraph.co.uk/finance/financialcrisis/9428894/Debt-crisis-Mario-Draghi-pledges-to-do-whatever-it-takes-to-save-euro.html e vídeo em http://www.bloomberg.com/video/mario-draghi-whatever-it-takes-to-save-the-euro-ex9i6ZicSHuDvQ4c34elUQ.html.
Todos os demais bancos centrais ao redor do mundo
deram declarações similares, anunciando medidas em montantes “ilimitados”,
programas “sem prazo certo para terminar”, ações que poderiam ser “ampliadas o
quanto for necessário”.
2 comentários:
"refranjo"? Essa palavra nao existe.
Por que nao consta o autor do texto?
A palavra é "rearranjo". Já corrigimos o erro de digitação. Obrigado.
O autor do texto é o proprio coletivo do blog Cem Flores.
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