sábado, 17 de dezembro de 2011

"sem vocês, trabalhadores, nenhuma máquina funciona, mas vocês podem fazê-lo sem os patrões"

 
Publicamos abaixo carta enviada pela Seção de Relações Internacionais do Partido Comunista da Grécia (KKE) em resposta ao Partido Comunista da Espanha (PCE) e à Izquierda Unida (IU).
A crítica que os comunistas gregos dirigem ao PCE contribui para desmascarar a posição social-democrata, reformista, posição pela qual a classe dominante atua nas fileiras das classes dominadas, tentando paralisar e confundir a luta do proletariado por suas verdadeiras bandeiras.
Nos tempos atuais em que as classes dominantes tentam de todas as formas salvar o capitalismo da profunda crise em que mergulhou, tempos em que o reformismo nacional-desenvolvimentista grassa em organizações que se autointitulam de “esquerda”, seja na Espanha ou no Brasil, a posição dos comunistas da Grécia aponta claramente a alternativa revolucionária: a “luta pelo derrube do capitalismo e não pelo seu branqueamento”. E afirmam: “sem vocês, trabalhadores, nenhuma máquina funciona, mas vocês podem fazê-lo sem os patrões".
Luta pelo derrube do capitalismo, não pelo seu branqueamento

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

191 anos do nascimento de Friedrich Engels

 

Engels2

Hoje comemoramos os 191 anos de nascimento de Friedrich Engels e trazemos para os camaradas que nos lêem trechos de duas cartas suas datadas de 1890. Na primeira trata da questão da teoria revolucionária do proletariado que estava produzindo com Marx, do materialismo, de sua importância e do rigor com que devemos tratar a teoria.

Segundo ele “A palavra «materialista» [materialistisch], na Alemanha, serve, em geral, a muitos escritores jovens de simples frase com que etiquetam, sem ulterior estudo, tudo e mais alguma coisa, isto é, colam esta etiqueta e, então, crêem ter resolvido a coisa”.

Na segunda carta que reproduzimos aqui, ainda sobre a teoria que ele e Marx produziam, Engels combate a visão mecanicista, ou ainda, economicista que tenta desviar a ciência do proletariado para “algo abstrato, sem sentido e em uma frase vazia”.

Para nós, comunistas, trazer as palavras de Engels expostas nessas cartas é continuar o combate iniciado por ele e Marx contra os desvios que a burguesia tenta impor a luta do proletariado. É a melhor maneira de comemorar uma data tão importante para a luta de classes.

Engels foi um dos gigantes que na luta de classes armou o proletariado e os explorados e dominados de todo o mundo com a arma da teoria revolucionária, arma capaz de iluminar o caminho da revolução e da construção do socialismo e do comunismo

Nossa tarefa é usar esta arma para seguir lutando na construção de nosso partido e da linha justa para a revolução.

Abaixo das Cartas colocamos um link para uma pequena biografia de Engels escrita por Lênin.

domingo, 13 de novembro de 2011

Sobre a Crise do Imperialismo e a Posição do Brasil. Resposta ao camarada Gabriel Harceia (Parte II)

 

Leonardo Nino
13.11.2011
II – A posição do Brasil no sistema mundial do imperialismo: “regressão a uma situação colonial de novo tipo” ou “agravamento da dependência”?
Como afirmamos na primeira parte desta nossa resposta (Sobre a Crise do Imperialismo e a Posição do Brasil. Resposta ao camarada Gabriel Harceia), para nós é somente a partir daquele conjunto de teses, e do campo que ele representa na luta de classes, que podemos partir para a discussão específica das questões e críticas que você faz ao nosso documento (O Caeidoscópio da Ideologia dominante). Na continuação desse debate, traremos para o primeiro plano o que entendemos ser a questão central dos seus comentários: a da conceituação que fazemos da formação econômico-social brasileira atual como regressão a uma situação colonial de novo tipo.
Nas suas palavras, a sua “divergência é com o conjunto da expressão”. Você, então, qualifica a conjuntura atual nos seguintes termos: a “dependência ... foi, deliberadamente, agravada”, vivemos o “agravamento da dependência ao imperialismo” ou “simplesmente: processo de agravamento da dependência externa”.
Essas formulações seriam, na sua avaliação, mais corretas, mais precisas, que o conceito que temos usado. No seu entender, regressão a uma situação colonial de novo tipo exigiria “tantas explicações”, causaria “tanta dificuldade de entendimento, tanta confusão conceitual e histórica”, que melhor seria abandoná-lo, em prol – é a sua sugestão – do retorno ao termo/conceito de “dependência”.
Nosso terreno comum
Camarada Gabriel,
Gostaríamos de começar destacando os pontos nos quais, em nossa opinião, temos concordância. O primeiro e mais importante deles é a necessidade imperiosa de utilizarmos o materialismo histórico para efetuar a análise da realidade da luta de classes no Brasil e no mundo. Estamos de pleno acordo de que fora do marxismo-leninismo não é possível fazer a correta análise da conjuntura em que lutamos.

sábado, 27 de agosto de 2011

Resposta ao camarada Gabriel Harceia.

 
Prosseguindo no debate sobre a reconfiguração da formação econômico-social brasileira e sua inserção na economia mundial, postamos abaixo uma parte inicial da resposta do camarada Leonardo Nino aos comentários postados por Gabriel Harceia sobre o texto "Caleidoscópio de erros ou o 'dernier cri' da ideologia dominante".
Os comentários de Gabriel Harceia podem ser acessados neste “link”.
Sobre a Crise do Imperialismo e a Posição do Brasil. Resposta ao camarada Gabriel Harceia.
Leonardo Nino 12.08.2011
Prezado camarada Gabriel Harceia, saudações comunistas.
Deixe-me começar esta resposta da mesma maneira com que você iniciou seus comentários, desculpando-me pela demora em escrever. Esta não é uma resposta pessoal, individual. Ela foi feita após discussões com os camaradas do blog “Que cem flores desabrochem! Que cem escolas rivaizem!”. E isso tomou o tempo que foi necessário nas nossas atuais condições.
Quando decidimos criar este blog, em setembro de 2008, com a publicação do documento Por Que Razão Discutir a Crise do Marxismo?  nossa intenção era contribuir para a retomada do marxismo como ferramenta insuperável e indispensável para a reconstrução da teoria e do partido revolucionários. Tínhamos à época, como hoje, a plena consciência que essas tarefas só poderiam se dar na construção cotidiana de nossa prática militante na luta de classes e, ligada a ela, no debate coletivo com os camaradas. Como afirmamos naquele documento:
Como diz a citação de Marx com a qual iniciamos nosso trabalho, esperamos dos camaradas a crítica mais rigorosa, crítica científica, marxista-leninista, porque vamos trabalhar procurando nos situar rigorosamente no campo do marxismo-leninismo.[1]
Nesses quase três anos, as postagens de textos de Marx, Engels, Lênin, Stálin e Mao, as publicações de nossos documentos, de documentos de outros camaradas, os vários comentários postados no blog, as discussões e debates sobre esses materiais têm mostrado o acerto da nossa decisão.
Temos recebido importantes contribuições, as quais têm nos permitido o avanço na compreensão e na formulação de nossas posições e teses e às quais não temos poupado esforços para procurar responder da maneira adequada. Assim, da mesma maneira que preparamos a Resposta ao Camarada R. N., a respeito de comentários sobre o nosso documento Caleidoscópio de erros ou o “dernier cri” da ideologia dominante, cabe, agora, nos debruçarmos sobre os seus comentários em relação ao mesmo documento.

domingo, 29 de maio de 2011

A propósito de um artigo do MST

 
O material que postamos foi elaborado no início de 2006 e profundamente debatido nos coletivos que originaram o Blog “Que cem flores desabrochem! Que cem escolas rivalizem!”. Sua intenção era, naquela conjuntura, chamar ao debate os camaradas do MST que haviam publicado um pouco antes uma análise sobre o campo no Brasil que pode ser lida em As perversidades do agronegócio para a sociedade brasileira em seu sítio datada de17/02/2006.
No intuito de aprofundarmos a discussão sobre a formação econômico-social brasileira e sua integração na divisão internacional do trabalho, e por considerarmos que as questões tratadas ainda estão na ordem do dia, o coletivo do blog decidiu postar o artigo, sem nenhuma atualização, mantendo a forma com que foi redigido na época, contribuindo com o debate levantado com o recente texto de Antonio Almeida sobre a passagem dos Quinze anos da chacina de Eldorado de Carajás.
Esperamos que a publicação auxilie no debate necessário da compreensão da situação brasileira e dos rumos de sua transformação revolucionária.
Link para o PDF
O Papel do Agronegócio na Reconfiguração da Formação Econômico-Social Brasileira: a propósito de um artigo do MST
Março de 2006
Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um certo “sentido”. Este se percebe não nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem num largo período de tempo. Quem observa aquele conjunto, desbastando-o do cipoal de incidentes secundários que o acompanham sempre e o fazem muitas vezes confuso e incompreensível, não deixará de perceber que ele se forma de uma linha mestra e ininterrupta de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, e dirigida sempre numa determinada orientação. É isto que se deve, antes de mais nada, procurar quando se aborda a análise da história de um povo (Caio Prado Júnior. Formação do Brasil Contemporâneo (Colônia). Ed. Brasiliense, 1961, pg. 13).

domingo, 1 de maio de 2011

A alquimia do governo Lula: como transformar trabalhadores brasileiros em chineses

Coletivo Cem Flores - 01/maio/2011
“Sentindo que a violência/ Não dobraria o operário/ Um dia tentou o patrão/ Dobrá-lo de modo vário./ De sorte que o foi levando/ Ao alto da construção/ E num momento de tempo/ Mostrou-lhe toda a região/ E apontando-a ao operário/ Fez-lhe esta declaração:/ – Dar-te-ei todo esse poder/ E a sua satisfação/ Porque a mim me foi entregue/ E dou-o a quem bem quiser./ Dou-te tempo de lazer/ Dou-te tempo de mulher./ Portanto, tudo o que vês/ Será teu se me adorares/ E, ainda mais, se abandonares/ O que te faz dizer não./ Disse, e fitou o operário/ Que olhava e refletia/ Mas o que via o operário/ O patrão nunca veria./ O operário via as casas/ E dentro das estruturas/ Via coisas, objetos/ Produtos, manufaturas./ Via tudo o que fazia/ O lucro do seu patrão/ E em cada coisa que via/ Misteriosamente havia/ A marca de sua mão./ E o operário disse: Não!/ – Loucura! – gritou o patrão/ Não vês o que te dou eu?/
– Mentira! – disse o operário/ Não podes dar-me o que é meu.”
(Operário em construção, Vinícius de Morais)
O texto “A crise do imperialismo é a crise da divisão internacional do trabalho”, postado no Blog "Cem Flores..." em junho de 2009, levanta a tese de que “O imperialismo vive uma crise de qualidade e profundidade novas, a crise de uma nova divisão internacional do trabalho”. [[i]]

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quinze Anos da Chacina de Eldorado do Carajás

Recebemos como colaboração ao nosso debate essa contribuição do camarada António Almeida que, através de uma homenagem aos combatentes mortos na chacina de Eldorado dos Carajás, nos mostra como o aspecto dominante do caráter capitalista da produção do agronegócio vem transformando as forças produtivas ao mesmo tempo em que mantêm a mesma estrutura baseada no latifúndio e acirra a luta de classes no campo. Com as suas palavras podemos dizer que:
“Da mesma maneira e pelas mesmas razões que temos defendido que são tarefas centrais para os militantes comunistas a retomada do marxismo-leninismo e a construção do seu partido, pois tarefas imprescindíveis para o avançar do processo revolucionário no Brasil, podemos afirmar que a correta compreensão da situação do campo, da questão agrária, das complexas contradições da luta de classes pela Terra são também questões integrantes desse mesmo processo revolucionário.”

domingo, 3 de abril de 2011

A Morte do guerreiro da burguesia e as lágrimas da "esquerda" domesticada

Recebemos através de amigos do blog um pequno texto sobre o falecimento do ex-presidente da república, José Alencar, publicado pel PCdoB [1], acompanhado de um breve comentário de Caio Navarro de Toledo, Doutor em Filosofia, fundador da Revista Crítica Marxista e, acima disso, um Comunista.
Resolvemos publicá-lo para estimular o debate e a denúncia do descarado seguidismo da burguesia, que transformou aquilo que no passado foi esquerda na bandinha de música  das classes dominantes e/ou da ala radical do nacional desenvolvimentismo.
Convidamos a todos os camaradas para debater e desmascarar aquilo que usurpa as nossas cores e nossas bandeiras para defender a exploração e repressão das classes dominadas.

Colegas,

em Editorial do portal do PCdoB, presta-se uma última homenagem a um "guerreiro do Brasil" - aquele que, mascate no passado, transformou-se num dos maiores empresários do continente. Certamente, como aprendemos em todas hagiografias seculares sobre os self-made man, José Alencar chegou a ser uma das maiores fortunas do continente graças apenas a seu TRABALHO honrado e honesto, sem qualquer apoio de dinheiro público e transações suspeitas (afinal, todas as denúncias de ilicitudes contra a Coteminas não foram sempre pérfidas "intrigas políticas"?).
Enfim, nos "tempos globais", um modelar empresário burguês nacionalista e progressista; um raro e exemplar capitalista em cujas empresas as realidades da exploração do trabalho e da mais-valia jamais existiram.
As copiosas e amargas lágrimas de Lula e setores da esquerda não estariam, pois, plenamente justificadas pela morte desta autêntica "VOZ DO POVO" brasileiro, como afirma o Editorial ?

sds,

Caio N. de Toledo
Fundador da revista CRÍTICA MARXISTA

Alencar, guerreiro do Brasil

O Brasil perdeu nesta tarde um de seus filhos mais ilustres e reverenciados, o ex-vice-presidente da República José Alencar, levado por um câncer ao qual resistiu durante 13 anos e 17 cirurgias que retiraram 20 tumores de seu corpo.

Ele nunca se rendeu, e esta talvez tenha sido a característica mais marcante deste personagem que entra para a história armado de amor pelo Brasil. Foi um brasileiro com a cara dos brasileiros: começou a trabalhar cedo, em sua Muriaé, no interior mineiro. Primeiro na loja do pai, quando tinha sete anos de idade; depois, no primeiro emprego, aos 14. Tinha pouco mais de 18 quando abriu sua primeira loja, em Caratinga. E daí até se tornar proprietário de um dos maiores grupos têxteis brasileiros, a Coteminas, foi outro tanto: tinha 35 anos quando participou de sua fundação.

terça-feira, 22 de março de 2011

A agressão a Líbia expressa o agravamento da crise do imperialismo

Nunca devemos esquecer a luta de classes

Mao Tse Tung

O coletivo Cem Flores vem denunciar a seus leitores que a intervenção militar imperialista na Líbia, auspiciada principalmente pela França, EUA e Inglaterra, expressa o desespero do imperialismo diante do agravamento de sua crise que já se estende por mais de três anos e a necessidade de recorrer à guerra na busca desesperada de resolver suas contradições.

A agressão militar só tem por objetivo garantir os interesses do imperialismo de manter a exploração e dominação do povo Líbio, como de todos os povos do Oriente Médio, para controlar e explorar seus recursos naturais, principalmente o petróleo, depois dos desastres da agressão ao Iraque e ao Afeganistão, agressão justificada cinicamente pela defesa dos interesses destes povos.

É necessário lembrar que toda a campanha ideológica do imperialismo, por todos os meios e aparelhos que dispõe para conseguir apoio ao ataque militar contra a Líbia, é em tudo similar às campanhas lançadas antes da agressão contra a Iugoslávia, Iraque e Afeganistão. E mais, que a mesma contradição que leva os povos árabes à luta lança às ruas a classe operária e demais setores dominados dos países dominantes e levou à insurreição os trabalhadores de Jirau em Rondônia.

O coletivo Cem Flores chama à unidade de ação todos os que lutam pelo socialismo tanto para se opor a intervenção militar na Líbia, como para prestar solidariedade à luta dos povos que na Líbia e no Oriente Médio prosseguem o combate por melhores condições de vida e de trabalho, conclamando estes povos a que se unam na luta contra os regimes ditatoriais impostos a seus países pelo colonialismo em conluio com suas classes dominantes e contra os interesses espúrios do imperialismo e na luta pelo socialismo.

PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Discurso no Funeral de Karl Marx

Neste mês, vários sítios e blogs lembraram que dia 14 fez 128 anos da morte de Marx. Resolvemos fazer coro com esses camaradas e replicar na internet esse discurso de Engels.
Em todos os lugares desse planeta Marx significa medo e ódio para a burguesia. Onde existem exploração e domínio de classe brota a sua efígie e nela se ascende, iluminando o caminho da luta, aquilo que fez valer a sua vida: a ciência do proletariado, o Marxismo. O instrumento retirado da experiência de luta dos explorados pelos próprios explorados e que, nele, nessa luta, temos o seu maior visionário.
São 128 anos de difamação e infâmia da burguesia para apagar sua memória, desviar a ciência descortinada por ele. Tudo em vão. Basta o açoite ranger nas costas do proletariado, basta subtrair da mesa do explorado o pão feito com o seu suor, para ele voltar como a fênix vermelha.
Não é a toa que nesse momento, nas cordilheiras, nas planícies, nos desertos, nas selvas, nas cidades e nos campos, novos e velhos agrupamentos retomam nas línguas mais variadas, do ponto onde foi parado, avançando onde ainda existem lacunas, as suas palavras:
“(...) Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder a não ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar.
PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!
Discurso no Funeral de Karl Marx
Friedrich Engels - 18 de março de 1883
Em 14 de março, quando faltam 15 minutos para as 3 horas da tarde, deixou de pensar o maior pensador do presente. Ficou sozinho por escassos dois minutos, e sucedeu de encontramos ele em sua poltrona dormindo serenamente — dessa vez para sempre.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Resposta ao Camarada R. N.


Após o envio de um e-mail para o endereço de nosso blog contendo críticas e contribuições, a nosso ver, importantes, vinculadas ao nosso último "post": "O caleidoscópio da ideologia dominante", resolvemos publicá-las como comentários a essa matéria, bem como, resolvemos debatê-las. O tamanho da resposta, bem como, sua importância, criaram a necessidade de fazê-la em um novo "post".
Segue abaixo nossa resposta.
"Que cem flores desabrochem! Que cem escolas rivalizem!"

Prezado camarada R.N.,
Agradecemos sua leitura atenta do nosso último artigo e seus comentários. Quando nosso coletivo decidiu criar o Blog Cem Flores, nosso objetivo era o de criar um espaço para publicarmos nossas posições e promover o debate sobre a teoria revolucionária marxista e sobre sua prática militante. Com os comentários que temos recebido, inclusive o seu, parece que estamos no caminho correto. Convidamos você e seus companheiros a lerem e discutirem nossos textos anteriores que estão publicados no Blog.
Sua carta aborda vários temas relevantes. Sobre alguns deles, podemos dizer que estamos de firme acordo, pois são questões de princípios para os revolucionários. Em outros, temos discordâncias importantes. Vamos aos pontos.
Achamos, em primeiro lugar, que os aspectos mais relevantes de sua carta são os chamamentos que você faz
  1. para a organização de um partido revolucionário do proletariado, de estilo leninista (nas suas palavras, a "arma mais elaborada que o proletariado já construiu, a dizer, o partido leninista").
  2. Partido presente nas lutas concretas da classe operária e demais classes dominadas do país ("militância viva nas ruas, nos bairros, nos locais de trabalho, universidades" e "não nos fóruns estéreis da esquerda") e
  3. armado da ciência revolucionária do proletariado, o marxismo ("marxismo é ciência", é preciso "enraizar o marxismo como uma ferramenta para a compreensão da marcha do imperialismo, ou nossa classe continuará afogada com as ideologias nacionais, ecológicas, democráticas, racistas, elitistas, religiosas, etc.").

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O caleidoscópio da ideologia dominante.

Retomamos o trabalho em nosso blog e sítio na internet que interrompemos por um breve período diante do acúmulo de tarefas em outras frentes com um texto de análise da conjuntura da luta de classes no Brasil, no início deste ano de 2011, e de crítica da linha de seguidismo da política da burguesia por parte dos partidos que se dizem da classe operária, resultado do domínio do revisionismo e reformismo sobre nossos auto-intitulados comunistas, por meio de uma crítica a um artigo de José Luis Fiori.
Decidimos também, ao lado de textos produzidos por nosso coletivo, publicar intervenções de companheiros, produto das discussões em nossos organismos, como forma de permitir que cem flores desabrochem e que assim possamos desenvolver o processo de aperfeiçoamento e retificação de nossas posições no ritmo que nos requer a luta de classes.
Conclamamos a que nossos camaradas contribuam com sua crítica, crítica necessária, para a conformação de uma linha de atuação justa para os que lutam pela libertação de nosso povo.

“... visto o principal objetivo do livro, hoje como ontem, consistir em mostrar, com a ajuda dos dados gerais, irrefutáveis, da estatística burguesa e das declarações dos homens de ciência burgueses de todos os países, um quadro de conjunto da economia mundial capitalista nas suas relações internacionais,... O movimento proletário revolucionário em geral e o movimento comunista em particular, que crescem em todo o mundo, não podem dispensar a análise e o desmascaramento dos erros teóricos do «kautskismo». Isto é tanto mais necessário quanto o pacifismo e a «democracia» em geral - que não têm as mínimas pretensões de marxismo, mas que, exatamente como Kautsky e C.ª, dissimulam a profundidade das contradições do imperialismo e a inelutabilidade da crise revolucionária que este engendra - são correntes que ainda se encontram extraordinariamente espalhadas em todo o mundo. A luta contra tais tendências é obrigatória para o partido do proletariado, que deve arrancar à burguesia os pequenos proprietários que ela engana e os milhões de trabalhadores cujas condições de vida são mais ou menos pequeno-burguesas.”Lenine. V. I. O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo. Prefácio às edições francesa e alemã. 6 de julho de 1920

O primeiro texto de retomada da discussão é de Leonardo Nino que poderá ser acessado "clickando" no título do texto abaixo:

Caleidoscópio de erros ou o “dernier cri” da ideologia dominante.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A luta contra o revisionismo


“O movimento proletário revolucionário em geral e o movimento comunista em particular, que crescem em todo o mundo, não podem deixar de analisar e desmascarar os erros teóricos do ‘Kautskismo’. Isto é tanto mais necessário quanto o pacifismo e a ‘democracia’ em geral – que não têm as mínimas pretensões de marxismo, mas que, exatamente como Kautsky & Companhia, dissimulam a profundidade das contradições do imperialismo e a inelutabilidade da crise revolucionária que este engendra – são correntes que ainda se encontram extraordinariamente espalhadas em todo o mundo. A luta contra tais tendências é obrigatória para o partido do proletariado, (...)”.[1]

Se nos consideramos comunistas – e isto significa que nos baseamos inteiramente, como afirma Lênin[2], na ciência criada por Marx e Engels, na ciência que a tradição do movimento comunista designa por marxismo-leninismo e que pela primeira vez converteu o socialismo de utopia em ciência – não podemos deixar de ser herdeiros de toda a experiência da luta de classes, de suas lições teóricas e práticas, de toda a experiência da prática comunista na luta de classes, da luta de classes dirigida por seu partido.
Não podemos desconsiderar que a luta de classes nos ensinou muito após Marx e Engels, e mesmo depois de Lênin e Mao Tse-Tung. Não podemos desconsiderar a extraordinária experiência da luta de classes por todo o mundo, a experiência da Revolução Soviética, da Revolução Chinesa, das diversas experiências de construção do socialismo, da luta do proletariado contra a burguesia, da luta de massas contra o fascismo, pela libertação dos países dominados, da heróica luta do povo vietnamita, dos negros nos EUA e tanto mais.
Somos herdeiros de toda a experiência da luta de classes, suas grandes vitórias, seus fracassos e suas crises. Lênin nos mostrou que quando sabemos analisar a fundo a causa de um fracasso na luta de classes e daí tirar lições, esta lição sempre nos ensina mais do que a experiência de uma vitória, porque nos obriga a ir à raiz das coisas. E hoje, diante da crise que vive o movimento revolucionário no mundo todo após o 20º Congresso do PCUS e a cisão do movimento comunista, é necessário que façamos a análise da crise que vivemos, de toda a história da luta de classes, porque a crise do movimento revolucionário não pode nos impedir de ver a outra crise sem precedentes na qual se encontra o imperialismo.
A Revolução está na ordem do dia, e esta é a razão pela qual é tarefa urgente dos comunistas fazer o balanço do movimento revolucionário e, retomando o marxismo-leninismo, armados com a ciência do marxismo-leninismo e com lições tiradas da experiência das lutas de classes, assumir nosso posto junto ao proletariado, fazer a revolução.
Estas são as razões porque avaliamos importante reproduzir aqui a intervenção da camarada Ana Barradas, em sessão de homenagem a Francisco Martins Rodrigues, dirigente comunista português, no Museu República e Resistência em 27/06/08. A experiência de Francisco Martins Rodrigues – dos camaradas portugueses que lutaram e lutam contra o desvio do partido comunista português que se tornou veículos do revisionismo e do avanço da ideologia burguesa dentro do partido e do proletariado, de seus dirigentes que, como diz Lênin no prefácio às edições Francesa e Alemã do “O Imperialismo”[3], se tornaram lugares-tenentes operários da classe dos capitalistas, lugares-tenentes da burguesia do movimento revolucionário– é rica em ensinamentos para todos nós comunistas, daí a importância da intervenção que reproduzimos a seguir.

sábado, 28 de agosto de 2010

A crise crónica ou o estádio senil do capitalismo – Tom Thomas

Dois espectros rondam o mundo capitalista – não só o espectro do comunismo como também o da crise geral do imperialismo.
"O que começa é um longo período de perturbações e de revolução social que, com altos e baixos, derrotas e vitórias, se estenderá por vários decénios. O que começa é a necessidade de ultrapassar os primeiros grandes obstáculos à constituição dos proletários como classe independente, tais como: a ideia de que o Estado poderia não ser capitalista com um governo de esquerda, que a organização de um partido revolucionário comunista não é uma necessidade, que a luta de classes não precisa da teoria marxista, etc…" (Tom Thomas) [1]
Se o espectro do comunismo já deixava em pânico a burguesia por todos os cantos do mundo capitalista à época de Marx e Engels, a recente fase da nova “grande depressão” que vem se desenrolando desde o início dos anos 1970, e que se reabriu em meados de 2007, esta aí para assombrar, por todos os cantos, as classes dominantes que não se resignam a perceber que se aproxima a hora do fim da exploração capitalista e de toda a sociedade baseada em classes.
De que as classes dominadas com o proletariado a sua frente começam a sair da defensiva em que se encontravam e reiniciam sua marcha para retomar a teoria marxista, reconstruir o partido revolucionário e fazer a revolução.
Em razão desta conjuntura nosso coletivo tem buscado não só produzir análises da conjuntura mundial da luta de classes, da crise da economia mundial, do imperialismo, como da conjuntura brasileira, de forma a contribuir para a luta da classe operária e do conjunto das classes dominadas na luta de classes.
Portanto, é necessário dar conhecimento a todos os camaradas que nos lêem a importante contribuição de Tom Thomas para a luta do proletariado, autor que conhecemos por meio de seus textos publicados, ou no sítio da Política Operária [2] revista dos comunistas portugueses dirigida por Francisco Martins Rodrigues [3] até seu falecimento em 22 de abril de 2008 e hoje pela Cooperativa Política Operária, ou no sítio O Comuneiro, [4] revista eletrônica dirigida por Ângelo Novo e Ronaldo Fonseca e, ainda, pela Edições Dinossauro, [5] que publicou de Tom Thomas, “A crise crônica ou o estado senil do capitalismo” em 2007; em 2003, “O Estado e o Capital. O exemplo francês” e em 2000, “A hegemonia do capital financeiro e a sua crítica”.
Avaliando em nosso coletivo a importância de divulgar a contribuição teórica de Tom Thomas à compreensão do marxismo-leninismo e do estágio atual da crise do imperialismo, decidimos postar a “Introdução” a seu último texto publicado pelas Edições Dinossauro, “A crise crônica ou o estado senil do capitalismo”, que retiramos do sítio da Política Operária. [6]

sábado, 17 de julho de 2010

Marx: sobre as possibilidades e as formas das crises

[*]
10. A crise, uma possibilidade que se torna realidade. A crise, revelação de todas as contradições da economia burguesa
Antes de dar um passo adiante, vejamos o seguinte:
A dissociação entre o processo de produção (imediato) e o processo de circulação também evidencia e desenvolve mais a possibilidade da crise, a qual aparecia na mera metamorfose da mercadoria. [165] Quando os dois processos não se convertem um no outro com fluidez, mas se afirmam independentes um do outro, sobrevém a crise.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A tarefa candente para os revolucionários em todo o mundo é a de transformar a crise do imperialismo em revolução

.
“(...) O idealismo e a metafísica são as coisas mais fáceis deste mundo porque, não sendo baseados na realidade objetiva nem submetidos à sua contraprova, permitem que as pessoas digam toda a espécie de disparates que lhes aprouver. O materialismo e a dialética, pelo contrário, exigem esforço. Devem ser baseados e comprovados pela realidade objetiva. Se não nos esforçamos nesse sentido haverá propensão para sermos arrastados para o idealismo e a metafísica (...)” [1].

O primeiro ponto que é necessário deixar claro é o de que este texto é resultado de um trabalho coletivo ou, melhor dizendo, do trabalho de um conjunto de camaradas que tem claro a importância da teoria revolucionária para a prática revolucionária, da tarefa de empunhar a “arma da crítica” para iluminar sua prática.

E ao dizer isto, ao utilizar somente a primeira parte da frase de Marx em seu texto sobre a filosofia do direito de Hegel [2], temos a consciência de que a afirmação de Marx sobre a necessidade de passar da arma da crítica à crítica das armas não representa da parte de Marx, nem de nossa parte, uma subestimação da teoria, até porque foi Marx, teórico e dirigente principal e inconteste do que havia de mais avançado do movimento revolucionário em sua época, quem com sua prática na luta de classes, produziu pela primeira vez o encontro da teoria revolucionária do proletariado com a prática do proletariado na luta de classes.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sobre os sindicatos, o momento atual e os erros de Trótsky


[1]
V. I. Lênin
30 de dezembro de 1920
Camaradas:
Antes de tudo, devo pedir desculpas por haver infringido o regulamento, pois para participar das discussões teria de ter ouvido, naturalmente, o informe, o co-informe e os debates. Infelizmente, meu estado de saúde não me permitiu. Mas ontem tive oportunidade de ler os documentos mais importantes impressos e de preparar minhas observações. Logicamente, a infração ao regulamento a que me referi, implica em certos inconvenientes para vocês: é possível que faça repetições por não saber o que os outros disseram e não responda o que deveria ser respondido. Mas não pude fazer de outro modo.
    Meu material básico é o folheto do camarada Trótsky Sobre o Papel e as Tarefas dos Sindicatos. Comparando este folheto com as teses que ele apresentou no Comitê Central, e lendo-o com atenção, assombra-se a quantidade de erros teóricos e de inexatidões flagrantes que contém. Ao iniciar uma grande discussão no seio do Partido sobre este problema, como pôde preparar uma coisa tão infeliz em vez de apresentar algo mais pensado? Assinalarei, brevemente, os pontos fundamentais nos quais, em minha opinião, há erros teóricos essenciais.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Como ler O Capital?


Louis Althusser
O Capital foi publicado há um século (1867). Continua sempre novo, mais do que nunca atual e de uma atualidade queimante.
Os ideólogos burgueses, mesmo se são "economistas", "historiadores", ou "filósofos" passaram seu tempo, há cerca de um século tentando "refutá-lo".
Declararam que as teorias do valor trabalho, da mais-valia e da lei do valor são teses "metafísicas" que nada têm a ver com a economia "política". Efetivamente, elas nada têm a ver com a economia "política" deles. O último destes ideólogos é Raymond Aron. Literialmente, ele repete velharias[2] quando, acredita inventar novidades.
Aqueles entre os proletários que lêem O Capital podem compreendê-lo mais facilmente do que todos os especialistas burgueses, por mais "cultos" que sejam.
Por quê? Porque o Capital fala pura e simplesmente da exploração capitalista da qual eles são as vítimas. O Capital desmonta e demonstra os mecanismos desta exploração que os operários sofrem todos os dias, sob todas as formas que a burguesia põe em ação: aumento da jornada de trabalho, intensificação da produtividade, das cadências, diminuição dos salários, desemprego, etc. "O Capital" é de fato seu livro de classe.
Além dos proletários outros leitores levam O Capital a sério: trabalhadores assalariados, empregados, quadros, etc. e de uma maneira geral alguns dos que chamamos "trabalhadores intelectuais" (professores, pesquisadores, engenheiros, técnicos, médicos, arquitetos, etc.) sem falar dos jovens dos liceus e estudantes. Todos estes leitores, ávidos de saber, desejam compreender os mecanismos da sociedade capitalista, para orientar-se na luta de classes, lêem O Capital, que é a obra científica e revolucionária que explica o mundo capitalista; lêem Lênin que prolonga Marx, e explica que o capitalismo chegou a seu estágio supremo: o imperialismo.
Duas dificuldades:
Dito isto, não é fácil para todo mundo ler e compreender O Capital.
É necessário saber, de fato, que esta leitura apresenta duas grandes dificuldades: uma dificuldade n° 1, política, que é determinante; e uma dificuldade n° 2, teórica, que é subordinada.
A dificuldade nº 1 é política. Para "compreender" O Capital, é necessário, ou bem (como os operários) ter a experiência direta da exploração capitalista, ou então como os militantes revolucionários, (quer eles sejam operários ou intelectuais) ter feito o esforço necessário para chegar "às posições da classe operária". Os que não são nem operários nem militantes revolucionários, mesmo se são muito "cultos" (como os "economistas", "historiadores" e "filósofos"), devem saber que o preço a pagar por esta compreensão é uma revolução em sua consciência, massiçamente dominada pelos preconceitos da ideologia burguesa.
A dificuldade n° 2 é teórica. Ela é secundária com relação à dificuldade n° 1, mas é real. Os que têm o hábito de trabalhar na teoria, antes de tudo os cientistas das várias ciências (as Ciências humanas são em cerca de 80% falsas ciências, construções da ideologia burguesa), podem superar as dificuldades que provêm do fato de que O Capital é um livro de teoria pura. Os outros, por exemplo, os operários, devem realizar um esforço contínuo, atento e paciente para aprender a avançar na teoria. Nós os ajudaremos. E eles verão que esta dificuldade não está acima de suas forças.
Que eles saibam apenas, por ora:
1 - Que O Capital é um livro de teoria pura: que ele faz a teoria do "modo de produção capitalista, das relações de troca que lhe pertencem" (Marx), que o Capital tem portanto um objeto "abstrato" (que não se pode "tocar com as mãos"); que ele não é portanto um livro de história concreta ou de economia empírica como o imaginam os "historiadores e os economistas";
2 - Que toda teoria se caracteriza pela abstração de seus conceitos, e o sistema rigoroso de seus conceitos; que é necessário portanto aprender a praticar a abstração e o rigor; conceitos abstratos e sistemas rigorosos não são fantasias de luxo, mas os instrumentos mesmos da produção dos conhecimentos científicos, exatamente como os instrumentos, máquinas e sua regulação de precisão, são os instrumentos da produção dos produtos materiais, automóveis,transistores, etc.
Tomadas estas precauções, eis aqui alguns conselhos práticos elementares para a Leitura do Livro I do Capital.
As maiores dificuldades teóricas e outras, que constituem obstáculos para uma leitura fácil do Livro I do Capital estão infelizmente (ou felizmente) concentradas no começo mesmo do Livro l, muito precisamente em sua Seção I, que trata da mercadoria e da moeda.





sábado, 19 de dezembro de 2009

Sobre “contra o culto dos livros”



O texto que apresentamos data de maio de 1930, o retiramos de uma versão em português (Coleção Teoria Hoje 1, Filosofia de Mao Tse Tung, Editora Boitempo Ltda, 1979, 2º Edição em português) e o comparamos com outra versão em espanhol (Textos Escogidos de Mao Tsetung, Ediciones em lenguas estranjeras, Pekin, 1976).
O combate às práticas revisionistas e seus desvios oportunistas e putchistas nos exigem reler várias vezes este texto para tirarmos os princípios da prática revolucionária.
Extirpar dos meios revolucionários o praticismo cego e o seu reverso dogmático nos exige entender a realidade como ela é. Exige uma investigação militante, olhar pela/na luta as múltiplas contradições que compõe o real. Como diz o texto:
(...)
Não podem resolver um problema? Pois bem, informem-se sobre o seu estado atual e sobre a sua história! Assim que essa investigação tiver possibilitado a elucidação de tudo vocês saberão como resolve-lo. As conclusões extraem-se no fim da investigação e não no seu começo.
(...)
Investigar sobre um problema é resolvê-lo
(...)
Experimentem apreciar uma situação política ou dirigir uma luta sem qualquer investigação sobre a realidade e vejam se a vossa apreciação ou direção é ou não é vã, idealista, e se tal maneira vã e idealista de fazer apreciações políticas ou dirigir os trabalhos conduz ou não a erros oportunistas ou putchistas. Seguramente que sim. E isso não será assim pelo fato de se não ter tido o necessário cuidado de preparar antecipadamente um plano, mas sim porque não se procurou conhecer a situação real da sociedade antes de elaborar tal plano (...)
(...)
Executar cegamente, aparentemente sem qualquer objeção, as diretivas dum órgão superior, não é realmente uma execução, mas antes a maneira mais hábil de opor-se a elas ou sabotá-las (...)



Situar-se na luta de classes significa ver a realidade como ela é, ou seja, significa banir quaisquer formas de idealismo. Significa combater o inimigo com a única arma capaz de levar o proletariado a derrotá-lo.